Mais um episódio do podcast Basquete Transforma SC está no ar, e o convidado da vez foi o treinador Álvaro Sant’Anna. O profissional é treinador das categorias de base da Associação Concordiense de Basquete (ACOB), de Concórdia, e possui uma trajetória de sucesso no basquete, tanto dentro quanto fora das quadras. Ao longo de sua carreira, o atleta ficou conhecido pelas suas bandejas acrobáticas impressionantes, o que o rendeu o “selo de qualidade Álvaro Sant’Anna”.
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O carioca de 30 anos é apaixonado pelo esporte, e atribui esse sentimento à capacidade de lutar por algo. Segundo ele, ao conhecer o basquete, ele embarcou de cabeça e passou a viver de forma intensa esse universo, seja através da prática esportiva, ou de assistir e apreciar outros jogadores.
— Eu senti isso pelo esporte pela primeira vez através do meu pai. Ele me deu uma tabelinha, quando eu tinha uns 7 anos de idade, e eu jogava com ele na quadra. Eu brincava um pouco, aí fiquei um tempo sem praticar, e voltei para essa rotina durante o ensino médio. Depois, descobri que a minha mãe e o meu tio já haviam tido experiências com a modalidade, ou seja, é algo de família — reforça o atleta.
Além das primeiras experiências familiares, Álvaro conta que começou a ter um olhar profissional para o basquete nas aulas de educação física. Incentivado por um professor que ensinou os princípios do basquete, ele começou a fazer treinos específicos e conheceu um técnico do Flamengo. Com 11 anos, ele começou a treinar na categoria pré-mirim do time.
— Quando eu comecei a ir ao Flamengo, eu conseguia permanecer nos treinos apenas uma vez por semana, e fiquei seis meses. No ano seguinte, não consegui conciliar os horários de treino, e passei a jogar em um time montado pelo meu professor — conta.
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Durante uma partida contra o próprio Flamengo, Álvaro marcou 9 pontos, e foi convidado a retomar os treinos junto ao time. Neste momento, aos 13 anos, ele começou a contar com o apoio de toda a família para treinar. O custo de deslocamento era muito alto, e por isso, ele conseguia estar presente apenas uma vez por semana. Logo no início da carreira, ele optou por fazer parte da comissão técnica do time.
Em determinado momento da carreira de Álvaro, ele precisou fazer uma escolha: ou estudar, ou se dedicar exclusivamente ao esporte. Devido a um sonho de seus familiares, ele resolveu partir para um curso superior, mas encontrou uma oportunidade de não deixar o Flamengo. Assim, ele entrou na comissão técnica e ocupou os cargos de preparador físico, assistente técnico e estatístico.
Do RJ para Concórdia
Após graduado na universidade, Álvaro tinha um grande desejo de conhecer outras cidades e viver diferentes culturas. Assim, ele se mudou para Guarapuava, no Paraná, para um projeto específico. A experiência acabou não dando certo, mas as conexões que o atleta fez no Flamengo o levaram para Concórdia, no Oeste de Santa Catarina.
— Eu tive algumas propostas, mas o Rubens, nosso atual presidente, fez uma proposta me chamando para ir à Concórdia. Aí, decidi fazer essa mudança entre os anos de 2013 e 2014 — relata.
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No município, Álvaro teve a oportunidade de coordenar a categoria pré-mirim, e assim, trazer outros atletas para o ACOB. Ele conta que, além do frio, teve que enfrentar as diferenças culturais e os paradigmas da comunidade. Depois de meses, ele começou a perceber um engajamento dos atletas, familiares e moradores de Concórdia.
Além de oportunizar o conhecimento técnico da prática esportiva do basquete, Álvaro também exerce um incentivo muito fraternal com seus estudantes. Muitos deles, cerca de dez atletas, passaram a morar junto com o treinador para poderem se dedicar ao esporte — muitos deles, são de outros estados.
— O basquete gerou uma oportunidade muito grande na minha vida, que me permitiu viver experiências e conhecer pessoas que eu nunca imaginava. Com isso, além de mudar a minha vida, quis contribuir para a vida de outras pessoas. Hoje, eu tento fazer para os meus atletas tudo o que eu sentia falta nos técnicos que eu tive. Sempre procurei trazer todos para perto, e trazer a família para quem está fora do seu ambiente familiar — relata.