Os dois policiais militares investigados pelo desaparecimento de um homem visto pela última vez ao entrar em uma viatura da Polícia Militar, em Laguna, no Litoral Sul de SC, foram presos na manhã desta segunda-feira (15) no Sul catarinense. A prisão preventiva dos militares foi decretada pela Justiça, porque eles estariam interferindo nas investigações. A Polícia Civil apura o caso sob a ótica de homicídio doloso.
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Diego Bastos Scott, 39 anos, sumiu há exatos 30 dias, logo após a PM ter sido chamada para apartar uma briga entre ele e o pai, no bairro Progresso. Na ocasião, câmeras de monitoramento da rua flagraram o homem sendo conduzido algemado para dentro da viatura, ao contrário do que narraram os policiais no boletim de ocorrência, ao informarem não tê-lo localizado no endereço. Após o vazamento das imagens que contradizem a versão dos policiais, investigações foram iniciadas.
Responsável pelo caso, o delegado Bruno Fernandes, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da cidade, informou que a apuração segue em sigilo. Em uma nota divulgada nesta segunda, Fernandes informou que o inquérito deve ser finalizado em até 30 dias, conforme previsão da Polícia Civil.
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– Polícia Civil apura apenas homicídio doloso, já que os demais crimes são militares e por isso não possui atribuição para investigar por conta da legislação – disse, em nota, o delegado.
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Ao G1SC, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que os suspeitos estariam “subtraído provas e estariam ameaçando ou coagindo testemunhas”, o que motivou a prisão da dupla. Na mesma nota, o MPSC diz que os militares teriam “eliminado eventuais provas em seus aparelhos de telefone celular, além de terem desligado o tablet e as câmeras da polícia”.

PM investiga conduta de militares
A Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a conduta dos agentes na abordagem. O Comando da Corporação confirmou que as câmeras utilizadas nos uniformes dos agentes estavam desligadas durante a abordagem e disse que a investigação interna apura “se houve falha no sistema das câmeras ou se o desligamento foi proposital”.
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Subcomandante do 28º Batalhão da PM em Laguna, Josias Machado, disse ao G1Sc que o caso ainda é “nebuloso”. O procedimento instaurado na PM no fim de janeiro tem prazo de até 40 dias para ser finalizado.
Um dos agentes trabalhava há cerca de 7 anos na corporação. O segundo era novato e estava na Polícia Militar há apenas 30 dias. De acordo com o Batalhão, nenhum dos dois tinha inquéritos anteriores.
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Entenda o caso
A PM foi acionada para atender uma briga entre pai e filho no bairro Progresso, em Laguna, no dia 15 de janeiro, data em que Diego Bastos Scott desapareceu. Três dias após o desaparecimento, imagens de videomonitoramento da rua, que mostraram o homem entrando em uma viatura algemado, foram vazadas. As gravações contradizem a versão informada pelos militares envolvidos.
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No boletim de ocorrências, os agentes informaram que o homem havia deixado o local logo após uma briga com o pai, e que não estava presente no momento do flagrante.
Após a filmagem ter sido divulgada por veículos de comunicação, os agentes foram transferidos para funções administrativas e ouvidos novamente. Em segundo depoimento, eles disseram que levaram o homem para um lugar ermo, para que ele não voltasse a incomodar parentes. Segundo a PM, familiares de Diego informaram que ele é dependente químico.
O que diz a defesa dos agentes
Em nota, o advogado dos agentes informou que a câmera que fica com os policiais estava sem bateria. De acordo com Luis Fernando Nandi Vicente, o equipamento poderia “comprovar a versão apresentada pelos próprios policiais militares”.
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Ainda conforme Vicente, os agentes “estão colaborando sempre que são chamados para prestarem esclarecimentos ou realizarem quaisquer diligências”.
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Moradores que tiverem informações sobre o caso podem ligar para o Disque Denúncia, no 181, ou para a Polícia Civil no (48) 9 9118-3684.
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