A Polícia Militar adotou um esquema de rodízios de coletes à prova de balas entre os policiais da corporação em Santa Catarina depois que um lote dos artefatos militares perdeu a validade sem ter sido reposto a tempo.
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O revezamento dos itens foi confirmado na manhã desta quarta-feira (4) pela própria assessoria da PM. Antes do início do rodízio, os coletes balísticos eram individuais, ou seja, cada policial possuía o próprio equipamento. Agora, os agentes deixam os itens nos quarteis ao término do turno para que sejam utilizados por outros colegas.
De acordo com a Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc), o rodízio começou a ser adotado a partir do último dia 25 de novembro, quando os coletes com vencimento no dia 29 do mesmo mês começaram a ser recolhidos pelo comando da corporação.
Para o subtenente da PM Pedro Paulo Rezena, diretor administrativo da Aprasc, mesmo sem significar risco aos policiais – pois nenhum deles sai às ruas sem que esteja utilizando um colete, o revezamento adotado pela Polícia Militar gera desconforto e torna o trabalho menos ágil.
— Cada colete tem um tamanho específico, e com esse revezamento é possível que alguns dos policiais não tenham acesso à medida ideal do item que necessitam, o que pode gerar desconforto. Além disso, cada policial vai perder de 15 a 20 minutos para fazer essa troca, tempo em que já poderia estar na rua — avaliou.
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O diretor administrativo da Aprasc também disse que a associação considera a situação uma demonstração de "falta de gerenciamento" por parte do governo.
— Era sabido que o prazo de validade dos coletes ia vencer, e o governo sabe da burocracia para a compra, mas simplesmente deixou para fazer isso em cima da hora, justo próximo à Operação Veraneio — comentou Pedro Pedro Paulo Rezena.
Novos coletes já foram comprados, diz PMSC
A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) se manifestou sobre o assunto através de nota divulgada pela assessoria de imprensa. No texto, a PM informa que a compra de novos coletes já foi feita através de pregão licitatório e está em fase de testes de amostras, com os recursos garantidos.
“Os recursos utilizados são extra orçamentários e deverão chegar a R$ 10 milhões”, diz o texto.
O prazo de entrega previsto na licitação é de no máximo 120 dias a partir da compra, informou também a PM. A expectativa é de que os itens estejam disponíveis para o uso até o mês de março.
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Na mesma nota, a Polícia Militar também reforça que nenhum policial militar está trabalhando ou trabalhará sem colete ou com eles vencidos, e informou que tem em seu estoque coletes suficientes para o serviço operacional.
“Atualmente, existem em torno de cinco mil coletes válidos para uma média de 1.200 policiais militares de serviço por turno”, diz a nota.
Confira a íntegra da nota da PM:
(1) – Nenhum policial militar está trabalhando ou trabalhará sem colete ou com eles vencidos. Apesar de um lote de coletes balísticos terem atingido a data de vencimento em novembro de 2019, a PMSC ainda tem em seu estoque coletes suficientes para o serviço operacional. Atualmente, existem em torno de cinco mil coletes válidos para uma média de 1.200 policiais militares de serviço por turno.
(2) – A compra dos coletes, determinada diretamente pelo Governador Carlos Moisés da Silva, já foi feita através de Pregão Licitatório, número 075/SSP/3019, está na fase de teste de amostras, passando então a correr o prazo de entregas, estando os recursos financeiros já aprovisionados. Os recursos utilizados são extra orçamentários e deverão chegar a R$ 10 milhões.
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(3) – Os novos coletes incorporam algumas novidades que melhoram a qualidade da proteção da tropa, como: um tamanho mais adequado às mulheres (mesmo o menor tamanho ainda era grande para elas); novo corte; mais conforto; maior proteção balística (a qual indica o tipo de munição o colete resiste), passando a resistir a calibres balísticos mais altos.
(4) – Além disso, a capa dos novos coletes passam a ser modulares, ou seja, permitirão que sejam acoplados novos assessórios e bolsas de equipamentos, deixando assim o policial militar mais confortável, protegido e melhor equipado para realizar as suas funções.
(5) – O prazo de entrega previsto na licitação é de no máximo 120 dias a partir da compra.