O trágico falecimento da influenciadora digital Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, no início de julho, após a realização de um procedimento estético para aumentar os glúteos com a aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato), reacendeu o debate sobre os riscos associados a essa substância em procedimentos estéticos.

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Aline recebeu aplicações de 30 ml da substância em cada glúteo, resultando em uma fatalidade que poderia ter sido evitada. Embora o PMMA seja autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usos específicos, sua utilização em harmonização facial e outros procedimentos estéticos é fortemente desencorajado por especialistas e órgãos reguladores.

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Por que o PMMA não é recomendado para procedimentos estéticos?

O que é o PMMA?

O PMMA é um tipo de bioplástico utilizado como preenchedor permanente. Originalmente, foi desenvolvido para fins médicos e odontológicos devido à sua durabilidade e biocompatibilidade. Porém, suas aplicações se expandiram para a área estética, onde é utilizado como preenchimento para corrigir deformidades e adicionar volume a certas áreas do corpo.

Usos autorizados pela Anvisa

A Anvisa só recomenda o uso do PMMA em dois casos específicos:

  1. Correção de lipodistrofia em pessoas com HIV: a lipodistrofia é uma condição comum em pacientes que fazem uso prolongado de terapia antirretroviral, caracterizada pela perda de gordura em determinadas áreas do corpo. O PMMA é usado para restaurar o volume perdido, melhorando a aparência e a qualidade de vida desses pacientes;
  2. Correção volumétrica: Este uso inclui a correção de defeitos congênitos ou adquiridos que resultam em perda de volume significativo, como cicatrizes profundas e deformidades causadas por traumas.

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Riscos associados ao PMMA em procedimentos estéticos

Embora o PMMA seja eficaz nos usos recomendados, sua aplicação em procedimentos estéticos, especialmente na harmonização facial, é altamente arriscada. Entre os riscos estão:

  • Reações alérgicas e inflamatórias: o PMMA pode desencadear reações adversas severas, incluindo inflamação crônica e formação de granulomas.
  • Migração do produto: diferente do ácido hialurônico, que é biodegradável, o PMMA é permanente. Isso significa que, uma vez aplicado, ele não pode ser removido facilmente, podendo migrar para outras áreas do corpo e causar deformidades.
  • Complicações a longo prazo: Com o passar do tempo, o corpo pode reagir ao PMMA, resultando em complicações tardias como infecções e necrose tecidual.

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) já publicou diversas notas alertando sobre os perigos do uso de PMMA em procedimentos estéticos. Em uma nota pública, a SBCP destacou que o uso de PMMA fora das indicações aprovadas pela Anvisa constitui uma prática arriscada e irresponsável. A SBCP enfatiza a importância de optar por substâncias seguras e reabsorvíveis, como o ácido hialurônico, para procedimentos estéticos.

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