No encontro que terão com a presidente Dilma Rousseff, previsto para a tarde desta segunda-feira, os integrantes da cúpula do PMDB pretendem por na mesa as insatisfações da base aliada afloradas desde a votação da MP dos Portos, ocorrida no último dia 16.

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Estarão na reunião com Dilma o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Para o encontro à tarde, já em Brasília, Alves tem dito a integrantes da bancada do PMDB que vai “expor a verdade” sobre as dificuldades da base no Congresso. A “verdade” não está apenas no descontentamento do PMDB que, além de remoer o pouco espaço recebido na Esplanada na gestão Dilma, vem dando sinais de “rebeldia” a ponto de ser um dos partidos que mais deu apoio à criação da CPI da Petrobrás.

Ao conversar com lideranças dentro do próprio partido de Dilma, o PT, constata-se o receio de que o mal-estar na relação do Planalto com os aliados chegou ao “limite” nas últimas semanas.

– No começo víamos um ou outro se queixando, mas era começo de governo, ainda dava para resolver na conversa. Acontece que pouco foi feito de lá para cá e agora há um acúmulo de dois anos e meio, como segurar isso? – ponderou uma liderança do PT no Congresso.

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Parte do descontentamento está na falta de liberação de emendas e no engessamento dos projetos dos aliados que servirão de vitrine em 2014, ano de eleição. Segundo parlamentares da base, na questão de visibilidade eleitoral, o Palácio do Planalto também tem priorizado a realização de ações ligadas aos ministérios que estão sob o guarda-chuva do PT.

Dos atuais 39 ministérios, o partido tem 18. Uma alternativa para os aliados conseguirem emplacar uma ação de visibilidade em seus redutos eleitorais está na execução de projetos dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas o problema nesse plano B apontado por lideranças no Congresso é a falta de acesso à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, responsável pelo PAC.

O sentimento de falta de autonomia de Ideli também recai sobre a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que deixou de atuar apenas nos bastidores e passou a dar declarações sobre as votações de proposta de interesse do governo no Congresso.

É diante desse vácuo na articulação política que alguns parlamentares acreditam que a inserção do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no contato direto com o Congresso, poderá amenizar o clima beligerante dentro da própria base. No entendimento de alguns parlamentares, Mercadante tem conhecimento aprofundado dos temas mais técnicos e “coragem” para dizer não a Dilma.

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