A bancada do PMDB de Santa Catarina na Câmara dos Deputados espera que ao menos um peemedebista do Estado seja escolhido para ocupar uma das oito vagas pertencentes ao partido dentro da comissão especial de impeachment da presidente Dilma Rousseff, instalada ontem na Casa. Entretanto, o deputado federal e presidente da sigla em SC, Mauro Mariani, minimizou as possibilidades da indicação acontecer.

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Ele afirma que procurou pessoalmente o líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), que será responsável por indicar os oito nomes da sigla na comissão. Mariani acredita que o colega peemedebista, mais próximo do governo federal, não irá apostar num membro de SC, pois seu foco é montar uma ¿tropa de choque¿ para blindar Dilma, excluindo a ala oposicionista do partido. Com efeito, Mariani automaticamente se declara a favor do impeachment, embora não tenha oficializado essa posição. Mas em entrevista ao colunista Moacir Pereira em outubro deste ano, ele afirmou que votaria a favor da derrubada de Dilma.

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Mariani garante que o PMDB catarinense, composto por seis deputados, votará em bloco, apesar do posicionamento não estar decidido. Valdir Colatto e Celso Maldaner, por exemplo, afirmaram que vão aguardar pelos próximos passos da comissão para definirem qual posição irão assumir. O que cabe agora aos deputados pemedebistas de SC é chegarem a um acordo dentro de um partido rachado entre apoiar ou não a presidente da República (e também em cassar ou não Eduardo Cunha).

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Neste quadro de incerteza, a postura prévia dos parlamentares sinaliza possíveis caminhos e divergências. Colatto, por exemplo, é com frequência um crítico do governo federal, sendo um dos proponentes da CPI da Funai e do Incra. A mesma postura se encontra em Edinho Bez, que em seus discursos na Câmara tem apontado para a queda de credibilidade do governo federal.

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Há, por outro lado, catarinenses mais próximos ao PT que, seguindo a lógica sustentada por Mariani, poderiam compor a comissão especial. Ronaldo Benedet e Celso Maldaner foram elogiados por Dilma durante a inauguração da Ponte de Laguna, num evento que contou com a presença dos deputados federais petistas Décio lima e Pedro Uczai. Maldaner, inclusive, já usou a tribuna da Câmara para elogiar o Plano Safra de Agricultura Familiar, pelo qual o governo federal pretende liberar quase R$ 29 bilhões para os pequenos agricultores. Ele também diz ter uma posição definida para cassação de Cunha, mas não de Dilma.

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