A proposta de candidatura própria perdeu no voto entre os peemedebistas do Estado, e o senador Luiz Henrique da Silveira garante que não é candidato, mas o PMDB de Joinville cogita, sonha – e até trabalha – para reverter a decisão e ter um candidato ao governo do Estado. E, para eles, melhor ainda se for possível fazer LHS rever sua posição pessoal.
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Apesar de o senador negar inúmeras vezes que não deve ser candidato, cresce desde a semana passada a expectativa de que sua última eleição não tenha sido a de 2010.
No PMDB de Joinville, a base parlamentar e lideranças que estão na Prefeitura mantêm um discurso alinhado: o partido não deve aceitar a aliança com o PP. O início das convenções nesta terça esquentou ainda mais as conversas internas.
Presente a um evento no fim de semana, em Joinville, LHS repetiu que não é candidato, mas evitou falar do assunto abertamente. O presidente da Câmara de Joinville, João Carlos Gonçalves, que esteve com Luiz Henrique no sábado, reafirmou que em nenhum momento o senador peemedebista declarou se vai entrar na disputa.
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Adversários históricos
João Carlos, que ganhou força no partido nos últimos dois anos, alega, no entanto, que a região Norte não pode ficar sem representatividade na majoritária.
De acordo com o deputado federal Mauro Mariani – que chegou a colocar seu nome para a disputa no governo do Estado -, há uma tentativa de transformar o veto do PP em uma questão pessoal do senador Luiz Henrique. Mariani discorda.
Para ele, uma composição estadual entre PP e PMDB é impossível, devido à rivalidade histórica entre os partidos.
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-Esta coligação só é boa para o governador: ele não vai ter adversário nenhum e vai ganhar a eleição por W.O.-, critica.
Entre os demais vereadores peemedebistas, as opiniões são parecidas. Segundo eles, há o receio no partido partido de que uma aliança tão ampla, incluindo os progressistas, possa diminuir a importância do PMDB na coligação.
Nova alternativa com o PT
Uma das lideranças do partido mais próximas do núcleo decisório afirma que o PMDB já tem destino selado: sairá com Eduardo Pinho Moreira como vice de Raimundo Colombo, enquanto a vaga do Senado seria ocupada pelo PT, com o deputado federal Décio Lima sendo o concorrente – a tese é defendida por Luiz Henrique desde o início do ano.
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Com a vinda de Dilma a SC na última sexta, em conversa com Colombo, o pedido oficial teria sido feito pela presidente. Segundo o pré-candidato do PT ao governo e presidente do partido, Claudio Vignatti, ainda não existe nada oficial em relação à proposta de Dilma.
Porém, se essa solicitação for levada adiante, a aliança entre PT e PMDB será posta em discussão. O pré-candidato destaca que, caso Luiz Henrique saia candidato, o PT vê a iniciativa com bons olhos e imediatamente conversaria com ele.
Nos corredores da Prefeitura, a candidatura de LHS é vista como uma saia justa para o prefeito Udo Döhler e uma oportunidade de levar nomes do Norte de volta ao centro do poder no Estado.
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Como o prefeito apoia Colombo e tem uma boa relação com o governo do Estado, teria de se posicionar diante de um dilema: apoiar o candidato que o conduziu pela mão na política e o lançou a prefeito de Joinville ou ficar ao lado do governador que lhe dá respaldo na maioria das questões, inclusive com repasse de recursos e espaço político. Mesmo neutro e apoiando “uma decisão de partido”, Udo teria a perder.