A Polícia Militar (PM) passará a atender ocorrências geradas pelo serviço de emergência 190 com motos em Santa Catarina.

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A intenção é dar agilidade ao atendimento, além de incrementar o policiamento ostensivo. Hoje, elas costumam atender apenas acidentes de trânsito.

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A medida é uma das iniciativas do coronel Paulo Henrique Hemm, que assume o comando-geral da PM em solenidade às 9h30min de hoje, no Centro de Ensino da PM, em Florianópolis.

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Aos 54 anos, Hemm é natural de Porto União e atual subcomandante-geral. Colegas afirmam que tem o perfil marcado pela atuação na área operacional. Ele entra no lugar do coronel Valdemir Cabral, que ficou no posto oito meses.

O policiamento com as motos será feito pela Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), um serviço já existente e que segundo o coronel não vem sendo desenvolvido de acordo com a sua verdadeira finalidade.

Os PMs estão sendo treinados e a expectativa é de que em 15 dias comecem os trabalhos nas ruas. O grupo também continuará atuando no serviço de trânsito. O comandante garantiu que o atendimento das ocorrências de crimes com motos será feito sempre por no mínimo dois policiais militares.

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“Agilidade no tempo de resposta”

A Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc) diz que apoia a novidade e ressalta a necessidade de o atendimento ser sempre realizado por dois policiais como medida de segurança.

– A medida é muito boa, traz agilidade no tempo de resposta e também economia ao Estado – diz o presidente da Aprasc, Elizandro Lotin, lembrando que a experiência já é feita em Chapecó, no Oeste.

No cargo de subcomandante-geral assume o coronel João Henrique Silva, procedente do comando da 1ª Região de Polícia Militar, em Florianópolis. Como chefe do Estado Maior-Geral permanece o coronel João Ricardo Busi da Silva.

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ENTREVISTA: Coronel Paulo Henrique Hemm, novo comandante da PM/SC:

É possível que a PM esteja mais presente nas ruas na sua gestão?

Paulo Henrique Hemm – Sim. Tenho quase 30 anos de atividade operacional. Sempre trabalhei na ponta, com meu policial na rua. Sei dessa angústia da sociedade. Meu foco estará na proteção das pessoas e com polícia na rua. Não vou modificar as coisas que estão dando certo. Com policiamento a pé, motorizado, a cavalo, com cão, o Bope, o Choque com nova atividade. Estarei em 15 dias colocando a Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) em atividade, com rondas ostensivas com motocicleta e de uma forma totalmente diferente.

E como será?

Hemm – É um grupo de policiais capacitados, treinados. Geralmente andam em dois na motocicleta. Tem um grupo chamado Giro, em Brasília, que é referência. Temos oficiais nossos treinados. Logo estarão em atividade e vão incrementar o policiamento ostensivo diário através de viaturas, a pé, além da cuidar da situação caótica de hoje que é o trânsito.

Já não existe esse policiamento?

Hemm – Não. Existem motos, policiamento com motos, mas a Rocam como de fato ela deve existir, estar presente, não. É uma forma diferente de policiamento. Hoje dão o nome de Rocam, mas não é exatamente o contexto como deve ser o grupo. Terá mais ostensividade. Por exemplo, os PMs vão lá na Beira-Mar, fazem atividade presença, abordagem, agem por um tempo lá, se deslocam para outro local onde há necessidade como o Centro, depois bairro, Canasvieiras. Isso será intenso no dia-a-dia.

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Há PMs cedidos a outros órgãos e que trabalham em áreas administrativas. O senhor vai colocá-los nas ruas?

Hemm – Esse trabalho de retirar já vem acontecendo há muito tempo. Estamos buscando isso de todas as formas.

Como o senhor vai lidar com a falta de efetivo?

Hemm – É um item. Nesses últimos quatro anos, ingressou um número grande de policiais militares e teremos escola de formação, agora, com mais 500. Dentro dessa perspectiva, o objetivo maior nosso é prover segurança. Existe um foco nisso aí, que é o enfraquecimento das leis. Hoje não conseguimos conceber que um menor que cometa 40 atos infracionais num mês continue na rua. Aí não existe efetivo que dê conta.

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Como melhorar essa questão dos adolescentes?

Hemm – Prego uma aproximação com os órgãos que fazem segurança pública e com o sistema, Judiciário, Ministério Público, mas vou trabalhar intensamente também com a aproximação da comunidade. Tem que haver uma nova relação polícia e comunidade. Que ela acredite em nossos policiais, participe de forma maior e mais intensa. Sei que há o medo de informar, delatar, participar na segurança. Em cidades em que trabalhei e a comunidade participou o resultado foi outro.

O que o senhor acha da ideia de UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) em morros de Florianópolis?

Hemm – No momento, compartilho que a polícia tem de estar presente de uma forma ou outra e vamos intensificar a presença. Não estou entrando de um dia para o outro. Sou subcomandante e estou participando. Vamos intensificar operações principalmente com o Choque e o Bope.

E como lidar com o crime organizado e as ondas de atentados?

Hemm – Primeiro, através da interação com os outros órgãos. Temos buscado a troca de informações diárias, grupos organizados, diretoria própria dentro da Secretaria de Segurança Pública que, nesse contexto, faz reuniões semanais para discutir inteligência policial e prevenir o crime e a violência.

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