Apostando na tecnologia e em operações ostensivas de barreiras e rondas, a Polícia Militar (PM) busca otimizar a atuação policial em Joinville e garantir avanços contra o crime. Neste mês deve ser efetivada a troca de 42 câmeras analógicas hoje instaladas na região central por aparelhos digitais, com maior campo de visão. O reforço é mais um passo para melhorar a proteção na área central, uma das mais visadas da cidade.

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O comando da 5ª Região da Polícia Militar atesta que com as operações do grupamento e o desenvolvimento de novos métodos de monitoramento há redução das ocorrências no município e um aumento de cerca de 30% na apreensão de entorpecentes, em especial nas áreas Central e Leste. O número, segundo a própria corporação demonstra esse resultado efetivo da presença policial.

De acordo com o coronel Dirceu Neundorf, comandante da 5ªRPM, além do reforço das novas câmeras a polícia pretende manter ativa a atual patrulha exclusiva no Centro e o trabalho de rondas feitos diariamente por militares da cavalaria, da ‘bike patrulha’ e também por meio de motocicletas.

— Nosso objetivo é continuar e fortalecer essas operações, porque essa redução nos índices de criminalidade não aconteceu do nada. Aconteceu por que temos um policiamento específico de colocarmos nossos agentes de inteligência fazendo o monitoramento preventivo, encaminhando informações ao Ministério Público, e consequentemente ajudando a dar destino aos autores dos delitos — aponta.

Com o uso das câmeras mais modernas, por exemplo, a intenção é melhorar o alcance e os potenciais de auxílio do serviço. Para o coronel Jofrey Santos da Silva, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, um dos ganhos é a possibilidade de monitorar em tempo real áreas de grande aglomeração de pessoas, como as ruas próximas ao terminal, ao shopping e aos bancos, sem precisar sobrepor a malha policial.

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O fortalecimento dessa ação nos permite usar esses policiais (à paisana) para outras ações na cidade, que também estão fazendo com que esses delitos de roubo, assalto e inclusive o tráfico de drogas reduzam

Imóveis desocupados preocupam

Outro fator que não depende apenas da atuação policial e que a própria PM considera um dos principais ativos da sensação de “falta de segurança” é o grande número de imóveis desocupados ou abandonados. A avaliação da PM é de que esses locais muitas vezes acabam sendo utilizados por andarilhos ou mesmo por usuários de drogas e afastam parte importante da população na região. “Hoje esse é encarado como um problema de saúde pública, mas que gera reflexos sobre a segurança”, aponta o comando do batalhão.

A questão deve ser reforçada junto a Prefeitura e sociedade para que esses ambientes sejam isolados ou que haja a reocupação desses endereços.

— O centro continua sendo o local onde as pessoas se encontram então nós temos essa preocupação de que ele seja um local mais policiado e não fique a mercê do abandono. A rodoviária enfrentou uma situação parecida, desagregadora. Saneamos aquela área com a presença da polícia e a comunidade começou a ocupar novamente aquele espaço. É isso que precisamos fazer com o Centro — reforça o comandante do 8º BPM.

Um segundo entrave na visão tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil é de que há muito retrabalho das forças de segurança em função dos autores de delito serem reincidentes. A dificuldade é que para mudar essa realidade seriam necessárias mudanças no código penal, o que não é uma tarefa fácil.

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Um dos motivos é o fato de a pena por furto variar de um a quatro anos de reclusão, o que dificulta a manutenção da pessoa presa, pois a pena pode ser substituída muitas vezes pela prestação de serviços; em outros casos a liberação acontece já nas audiências de custódia. Situação parecida ocorre nos casos de posse de drogas para consumo próprio, em que os usuários assinam termos circunstanciados e são liberados.

—Infelizmente a Lei é essa, a PM aborda uma pessoa com uma pequena quantidade de drogas, por exemplo, e ela vai ser liberada mediante o termo circunstanciado (TC). Temos aumento no número de TC’s e isso mostra que a PM está fazendo o seu papel preventivo e aquilo que a Lei pede para ela fazer. Mas decidir o que vai acontecer com essas pessoas depois cabe ao Juizado Especial — afirma o tenente-coronel Luís André Pena Viana de Oliveira, Chefe de Estado Maior da 5ªRPM.

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