As exigências a quem denuncia o excesso de barulho também parece contribuir para a queda das reclamações. Domingo passado Hans Bethe, morador do bairro Victor Konder, sentiu-se incomodado com uma festa que ocorria em um posto de combustível a 100 metros de onde mora.
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Segundo ele, o barulho começou às 9h e só terminou às 15h. Ao ligar para a polícia, teve de repassar o número de documentos pessoais e ainda foi informado de que os policiais apenas iriam ao local se mais uma pessoa reclamasse:
– Corri na vizinhança mas ninguém quis fazer a denúncia. Isso cria uma dificuldade para a PM agir. Fica complicado.
Conforme o sargento Jair Martins, que atua no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), este é um procedimento padrão que se cumpre sempre que a PM recebe denúncias de perturbação do sossego alheio. Para que uma viatura se desloque até o local, o autor da reclamação deve informar o número de algum documento e o endereço. É necessário também que uma segunda pessoa faça a mesma queixa.
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– Fazemos isso para embasar e deixar constatado que há de fato uma perturbação – explicou.
De acordo com o tenente-coronel Edmilson Sagaz, chefe da Central Regional de Emergência (CRE), os dados servem para que o sistema da PM gere as ocorrências. Ele diz que ainda não se pode afirmar que a exigência de identificação interfira na queda acentuada do número de reclamações:
– Não temos um levantamento estatístico que mostre que as pessoas estão deixando de ligar por constrangimento ou receio.
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