A Polícia Militar informou nesta segunda-feira que vai usar o vídeo feito durante a prisão de um homem que teria assaltado uma relojoaria na última quarta-feira no Centro de Pomerode, como objeto de estudo para a melhoria das abordagens da PM na região.

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A afirmação foi feita pelo comandante do Batalhão da PM de Indaial, que é responsável pelas ações da corporação em Pomerode, tenente Coronel Athila Tiago Royer. Ele enalteceu a o trabalho dos dois policiais, porém, destacou que há pontos de melhoria.

– Era uma situação complicada. Se levarmos em consideração o calor do momento, a ocorrência e acima de tudo, as pessoas em volta tentando linchar o indivíduo, acho que ainda os agentes fizeram um bom trabalho. Poderia ter sido mais técnica. Por exemplo, poderiam estar com mais dois homens para que o se fizesse o isolamento dos populares e, em seguida, a imobilização e prisão do suspeito – pondera o comandante.

Na ocasião, o homem, que segundo a polícia já possui passagens criminais, teria assaltado uma relojoaria e foi perseguido por populares que auxiliaram a PM na interceptação do suspeito.

– Com a chegada da guarnição, foi também evitado que o homem fosse linchado. A partir daquele momento, o correto seria deixar os agentes trabalharem, tomarem conta do caso. Do contrário, como aconteceu, acabou gerando outro problema no local. Inclusive, no vídeo, os homens pediram para que as agressões cessassem. É claro que foi preciso o uso da força para a imobilização. Vamos usar esse vídeo como base para a discussão no aprimoramento das abordagens das nossas guarnições na região – destaca Royer.

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O especialista em segurança pública Eugênio Moretzsohn avalia que a ação dos policias foi adequada. Destaca que os policiais determinam que o suspeito se vire de costas para ser algemado, mas encontram resistência, o que os leva a tomar medidas mais enérgicas, com o uso dos pés.

– Certamente que a cena causa a quem assiste a impressão de excesso de uso de força. O uso dos pés não foi excessivo, pois o suspeito impôs aos policiais essa conduta, com a desobediência. Haverá, sem dúvida, quem enxergará excesso de força. Porém, devemos lembrar que sempre é preferível usar a força física que a letal.

O erro técnico foi a intromissão de terceiros, que deveriam ter sido mantidos afastados a fim de não interferirem na ação. A polícia sempre deve procurar manter os integrantes em dia com as mais apuradas técnicas de abordagem e imobilização, à luz da legislação sobre Direitos Humanos, principalmente hoje, em que cada cidadão possui uma câmera nas mãos.