Um Fiat Uno clonado procurado há dias pela Polícia Militar foi a pista que levou à prisão do suspeito de tentar matar um jovem a tiros numa festa clandestina dentro do campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, na madrugada de sábado.

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O carro, que teria sido usado em furtos de residências, estava estacionado domingo à noite em frente à casa do suspeito de ser o autor dos disparos na universidade, no bairro Saco dos Limões. Jonatan da Luz foi preso na hora pela PM.

Jonatan era uma das mais de mil pessoas que foram à festa realizada no Centro de Convivência e sem autorização da reitoria da UFSC. A festa foi divulgada na página Festas UFSC, no Facebook.

Por volta das 4h, no fim de festa, Jonatan teria sacado um revólver 38 e dado dois tiros no tórax de um rapaz. A correria foi geral. Jovens assustados e mais de 50 carros saíram às pressas, ao mesmo tempo.

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O jovem foi socorrido pelo Samu e encaminhado ao hospital. De acordo com o delegado Otávio César Lima, da 5ª DP da Agronômica, e titular do inquérito que investiga o crime, a vítima está em casa e passa bem. O motivo da tentativa de homicídio ainda não foi esclarecido.

O suspeito foi preso em casa por policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático e de área da 4ª Companhia (Santa Mônica) do 4º Batalhão de PM. A polícia encontrou na residência um revólver 38 – que passará por perícia -, e produtos que seriam furtados, como iPad, TV e quadros de motos.

O modo como a PM chegou a Jonatan como o principal suspeito de ter efetuado os disparos não foi revelado por segurança dos envolvidos.

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Jonatan tem passagem por furto e é suspeito de ter cometido o crime em casas e veículos no Sul da Ilha e na região da Bacia do Itacorubi, conforme a PM. Recentemente foi vítima de tentativa de homicídio no bairro onde mora.

Criminosos frequentam festinhas

O rapaz que levou os tiros no tórax não é estudante da UFSC, assim como muitos dos jovens que frequentam festas autorizadas e clandestinas na universidade. De acordo com a PM, ele não tem passagem pela polícia. Ao contrário de outras pessoas que vão às festas de fácil acesso no campus.

-Vários outros envolvidos com crime aproveitam que não há controle de acesso no campus e entram nas festas. Muitos vão armados – contou o comandante da 4ª Companhia do 4º Batalhão de PM, tenente Adriano de Faria, que é a favor do controle de entrada no local.

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A UFSC está buscando os organizadores da festa clandestina de sexta-feira, divulgada na página Festas UFSC, no Facebook. A rede social também tem uma página com as ocorrências no campus, a B.O. UFSC.

Assalto na mesma madrugada

Um assalto foi registrado na mesma madrugada que ocorreu a tentativa de homicídio dentro da UFSC. O roubo ocorreu por volta da 1h, no estacionamento da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação da universidade.

O diretor do Departamento de Segurança da UFSC, Leandro Luiz Oliveira, informou que as vítimas não fizeram boletim de ocorrência, portanto não se sabe quantas pessoas participaram do assalto.

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Oliveira falou que o estacionamento é frequentado por estudantes e gente de fora da UFSC que frequentam os bares no entorno da universidade.

Conforme a página B.O. UFSC, o assalto de sexta-feira foi praticado por dois homens armados, na lanchonete do Centro de Ciências da Saúde (CSS) dentro do campus, e no intervalo da aula noturna.

Controle no acesso no campus

O diretor do Departamento de Segurança da UFSC, Leandro Luiz Oliveira, também falou que é a favor do controle de acesso de veículos no campus, nas madrugadas e fins de semana.

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– Garanto que festa não autorizada não ocorreria. Estas são difíceis de coibir por causa do acesso fácil. As festas autorizadas com efetivo e segurança tem dado poucos problemas – disse Oliveira.

Entre as soluções apontadas por Oliveira para melhorar a segurança estão a instalação de mais cercas em volta do campus e vigilância armada.

– Como vou atender ocorrência de assalto? Armado com uma flor na mão?- questionou o diretor.

Ele disse que essas questões estão em discussão entre a comunidade acadêmica.

– A própria comunidade vítima de assalto é contra o cercamento do campus e da vigilância armada – observou.

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Queda de ocorrências

Uma queda significativa na maioria das ocorrências na UFSC especialmente furto e arrombamento de veículo foi registrada este ano, conforme o diretor do Departamento de Segurança, Leandro Oliveira. Ele disse que furto de bicicletas, por exemplo, caiu de 40 para seis casos em 2013.

Contou que 121 pessoas suspeitas foram abordadas dentro do campus este ano. Destas 41, tinham passagem pelo sistema prisional. Oliveira destacou a parceria com a Delegacia de Repressão a Roubos da Capital. O trabalho levou à prisão de pessoas que praticavam furtos na região do bairro Trindade e na UFSC. Oliveira ressalta que a PM também é parceira, mas disse que o problema é a falta de efetivo.

– Estamos conseguindo atender a comunidade acadêmica, no entanto que as ocorrências diminuíram. A insegurança no campus é reflexo da violência que a sociedade vive – disse Oliveira.

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O diretor preferiu não divulgar o número de vigilantes que atendem as 40 mil pessoas que circulam por dia na UFSC. Informou que as equipes fazem ronda de vigilância e contam com três viaturas e duas motos.