O líder do tráfico de drogas do Morro do Mocotó, em Florianópolis, e integrante da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), foi preso em flagrante nesta sexta-feira, dia 28. Exatamente no mesmo lugar onde foi detido em 2011, pelo mesmo motivo e pela mesma unidade da PM: o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) do 4º Batalhão.

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Em liberdade provisória por tráfico desde novembro de 2013, José Castilho Martins Junior, o Castilho, 27 anos, continuava vendendo cocaína, crack e maconha.

O PGC vem aterrorizando a comunidade do Mocotó com violência e humilhação há meses. Por isso, diversas operações da PM tem sido realizadas no local. A informação de que integrantes do PGC de outros morros estariam no Mocotó esta tarde chegou no setor de inteligência do PPT.

Ao subirem o morro, por volta das 16h, os policiais não encontraram os integrantes, mas o líder do tráfico local vendendo droga no Beco da Lixeira, o ponto mais rentável do morro. Ao ver os policiais, Castilho saiu correndo jogando a droga na rua. Acabou preso em flagrante por tráfico dentro de sua casa. Pequenas porções de cocaína e maconha prontas para a venda e R$ 2.605 em dinheiro foram apreendidos com ele.

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– Monitoramos intensamente o Castilho desde o ano passado quando ele foi solto. Fizemos filmagens e fotos. Percebi uma diferença quanto ao modus operandi. Antes, ele apenas acompanhava a venda e agora está comercializando pessoalmente a droga. Demonstra que o líder do tráfico no Mocotó teve um baque financeiro – observou o comandante do PPT/4ºBPM, capitão Rafael Vicente, responsável pela operação de hoje e pela prisão anterior de Castilho.

O cunhado do líder do tráfico, Marcos Paulo Costa, 27 anos, ao assistir a prisão de Castilho, xingou os pms com palavrões. Foi preso e deu pontapés e socos nos policiais, de acordo a PM. Mesmo algemado, Costa ameaçou os pms de morte. Com ele, a polícia encontrou R$ 1.170 em dinheiro. Costa foi preso por desacato a autoridade, lesão corporal e tráfico de drogas. Dois policiais militares sofreram lesões leves.

A mulher de Castilho, de 31 anos, partiu para cima do pm que fazia a segurança de área da operação e foi presa por desacato e lesão corporal. Acabou liberada pelo delegado de plantão da Central de Plantão Policial. No local, Costa ainda estava bastante nervoso e xingou a reportagem.

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Os três presos respondiam pelo crime de tráfico em liberdade provisória. Costa foi preso pelo PPT em 2011 e a mulher de Castilho em 2013. Todos no Beco da Lixeira. Castilho e Costa foram conduzidos ao Instituto Geral de Perícias (IGP) e depois seriam encaminhados a Central de Triagem do Estreito, o Cadeião.

Castilho roubou antigo chefe Denilson

Uma guerra do tráfico está prestes a acontecer no Morro do Mocotó. O líder da facção Serpente Negra e antigo chefe do tráfico local, Denilson Alexandre da Silva, prepara a retomada do comando. Ele dá orientações de dentro da Penitenciária de Florianópolis.

O comando atual liderado por Junior Castilho – que tomou a liderança de Gustavo Santos da Silva -, está armado com fuzis, submetralhadores, e pistolas. Eles tem medo de Denilson, por sua crueldade e poder entre moradores. Montaram um esquema de segurança com soldados do tráfico armados – a maioria adolescentes – que vigiam becos e entradas do Mocotó. Recebem a polícia a tiros.

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Castilho era gerente de Denilson, preso em 2006. A mulher de Denilson assumiu os negócios até ser presa em 2010. Castilho passou a ser chefe do tráfico junto de outros integrantes do bando: Calegari, Aranha, Tatá, Mão Branca e os irmãos de Gustavo.

Os traficantes roubaram o arsenal de armas e o carregamentos de drogas do antigo chefe Denilson. Operações ao longo de 2011 coordenadas pelo comandante do PPT, capitão Vicente, resultaram na prisão e condenação de Castilho, Mão Branca, entre outros integrantes da quadrilha. Foi nessa cadeia, que Castilho aderiu ao PGC depois de liderar uma rebelião, em Lages.

Contraponto

O DC tentou falar com a defesa dos presos, sem sucesso.