A Polícia Militar (PM) chegou ao posto de combustíveis onde foi morto Deivid Duarte da Silva, na tarde de terça-feira (17), em Palhoça, 33 minutos depois de receber a primeira ligação sobre a ocorrência. O jovem de 20 anos foi agredido durante meia hora e morreu no local.
Continua depois da publicidade
Segundo a PM, a agressão foi informada ao 190, em Florianópolis, inicialmente como "vias de fato" às 13h35min, e a primeira viatura chegou ao posto de combustíveis às 14h08min. A assessoria de imprensa da corporação explica que a demora no atendimento se deu porque, como foi registrada como uma briga, a ocorrência não foi considerada de extrema prioridade e, por isso, entrou para a lista de espera.
Responsável pelo 16º Batalhão da PM, o major Marcelo Wagner disse à reportagem que a polícia de Palhoça foi informada pela Centro de Operações da PM (Copom) sobre a ocorrência às 14h07min e chegou ao posto de combustíveis precisamente 58 segundos depois.
— Nós atendemos por critérios de complexidade da ocorrência. Como a ação foi registrada como "vias de fato em frente a um posto", não recebeu caráter de extrema prioridade por parte do Copom. À medida que as pessoas ligaram novamente, dizendo que havia uma pessoa machucada, aí sim o Copom nos passou, às 14h07min, e nós paramos o que estávamos fazendo e fomos atender — disse o major Marcelo Wagner.
Funcionários do posto ouvidos pela reportagem na tarde de terça informaram que a polícia foi acionada por "diversas vezes" sobre as agressões ao longo dos cerca de 30 minutos em que Deivid permaneceu sendo espancado.
Continua depois da publicidade
— Foram feitas mais de 10 ligações — disse um dos funcionários do posto, que preferiu não se identificar.
A reportagem tentou falar com responsáveis pelo Copom para saber mais detalhes sobre como se dá a seleção de prioridades de atendimento, mas foi informada pela assessoria de imprensa da PM que não seria possível.
O caso
O jovem Deivid Duarte da Silva, 20 anos, foi espancado até a morte em um posto de gasolina em Palhoça, na Grande Florianópolis. O rapaz morreu devido a um traumatismo craniano, informou na tarde desta quarta-feira (18) o Instituto Geral de Perícias (IGP).
Deivid começou a ser agredido após parar o carro para abastecer num posto de combustível no bairro Aririú. Testemunhas relataram inicialmente que as agressões teriam durado cerca de 40 minutos. Três pessoas foram presas no local do crime e vão responder por homicídio qualificado.
Continua depois da publicidade
Em depoimento à Polícia Civil ainda na terça, os três homens que foram presos afirmaram que agrediram Deivid como forma de vingança porque ele teria roubado o carro de um deles na noite anterior. Na tarde desta quarta, a Justiça decretou a prisão preventiva dos suspeitos. A polícia também vai apurar se mais pessoas contribuíram para a morte do rapaz.