Três dias depois de um morador de 50 anos ser torturado e expulso do bairro Saco Grande, em Florianópolis, a Polícia Militar ocupou parte dos acessos a duas comunidades conhecidas da região que são dominadas por traficantes: o Morro do Caju e a Pedra de Listras.

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A ação começou no meio da tarde e envolveu policiais militares do policiamento ostensivo, motociclistas, Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) e do Choque. Barreiras e abordagens foram realizadas nas ruas principais e vielas.

O caso de tortura registrado na madrugada da última terça-feira chocou e espalhou medo nas comunidades.

A vítima teve os dentes arrancados com alicate, uma orelha cortada e sofreu agressões físicas por todo o corpo. Os criminosos a abandonaram embaixo do viaduto do Cacupé, na SC-401.

O crime é investigado por policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas (Decod) e a prisão dos responsáveis considerada prioridade pela segurança pública. A Decod não revela detalhes da apuração para não prejudicar o trabalho.

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De acordo com a Comunicação Social da PM, as ações desencadeadas no bairro são em repressão ao crime contra o homem torturado e expulso do lugar.

Tráfico espalha terror a moradores

O Diário Catarinense circulou nas comunidades em que a PM agiu, nesta tarde. Moradores disseram à reportagem que líderes do tráfico de drogas estão impondo medo aos moradores e principalmente a adolescentes para que ninguém forneça informações sobre o crime de tortura praticado na terça.

O morador expulso cuidaria de kitinets no Caju e residia no local havia oito anos. Ainda não se sabe o motivo pelo qual ele foi espancado. Uma das suspeitas é que teria reclamado do barulho feito por jovens ligados ao tráfico, mas a polícia não confirma. A vítima já deixou o hospital.