Eduardo Valente, 20 anos, o estudante de fotografia que fez o flagrante de policiais militares fazendo brincadeiras obscenas em uma das esculturas do CowParade, no Mercado Público de Florianópolis, será ouvido pela PM.
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O jovem deve ser ouvido pela PM para prestar esclarecimentos e disse que tem receio de sofrer represálias. As imagens foram registradas na madrugada do dia 30 de novembro. Ele contou que, na hora do episódio, estava no Mercado Público com uma colega, e preparava o equipamento para um trabalho da faculdade, quando percebeu o fato.
– Queríamos registrar o que acontecia no Centro na madrugada, com a máquina disparando sozinha.
Ele disse que não divulgou as fotos. As imagens teriam sido tiradas de um portfólio eletrônico e vazado nas redes sociais sem sua autorização.
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– Depois que está na internet não há o que fazer – afirmou o rapaz.
Repercussão
Destaque nacional nos maiores portais de notícias do país, a imagem resultou no afastamento de quatro policiais. Eles têm de seis a sete anos de carreira e, até o episódio, eram considerados profissionais exemplares. A Polícia Militar anunciou na terça-feira que os envolvidos – que não tiveram seus nomes divulgados – responderão a processo administrativo.
Entre os policiais, o assunto era o mesmo durante todo o dia. Num evento, na manhã de terça-feira, que reuniu mais de 1,2 mil oficiais e praças, a maioria aparentava não levar a sério.
– Quando um PM morre em trabalho, não há esta repercussão. Não é justo – disse um cabo.
O comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, lamentou o fato e afirmou que os quatro policiais já foram retirados das rondas.
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– Foi instaurada uma sindicância e, por enquanto, eles deixam as ruas para trabalhar em funções administrativas – afirmou o coronel.
O governador Raimundo Colombo disse estar desapontado com a conduta dos policiais, mas reiterou que isto não reflete a imagem da PM.
– O fato é isolado e deve ser tratado como uma triste exceção – disse.
O vice-presidente da Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc), Elisandro Lotin de Souza, criticou a repercussão do caso e afirma que foi uma brincadeira infeliz.
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– Eles são ótimos profissionais e não devem ser discriminados por um fato tão isolado na carreira.