As imagens captadas pelas câmeras de monitoramento da Polícia Militar Rodoviária dos túneis Antonieta de Barros, entre a Prainha e o Saco dos Limões, na Capital, no último domingo, servem de alerta. Pelo menos quatro pessoas foram vistas trafegando no teto de um ônibus da empresa Insular no deslocamento para o Estádio da Ressacada, onde ocorreu o clássico entre Avaí e Figueirense.

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Por sorte, a atitude de risco do grupo não teve maiores consequências. O motorista do ônibus, que teve o nome preservado pela empresa, disse que os “surfistas urbanos”, como também são chamados, desembarcaram em uma parada situada logo após o túnel. De acordo com o diretor operacional da Insular, João Renato Castro, os funcionários – motoristas e cobradores – estão orientados a parar o veículo quando percebem situações desse tipo e solicitar a saída do(s) passageiro(s).

– Ainda não sabemos direito o que aconteceu. Amanhã (hoje) pretendo conversar com o funcionário para ter maiores detalhes e pedir providências à Polícia Militar. Talvez o primeiro passo seja colocar mais viaturas ao longo do trajeto – ressaltou Castro.

Ele assegurou que problemas desse tipo são incomuns com base nos números de horários disponíveis para a região da Ressacada em dias de jogos. Conforme Castro, das 120 viagens realizadas no último domingo, apenas uma – a dos “surfistas urbanos” – deu problema.

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E o mais interessante: nenhum ônibus voltou para a garagem da empresa com algum tipo de dano. Não é o que relatam passageiros da linha 183, Corredor Sudoeste Semidireto, a qual passa pelos túneis. Um garoto de 12 anos, que estava acompanhado da avó e que costuma ir com frequência aos jogos do Avaí, contou à reportagem do Diário Catarinense que infrações desse tipo são recorrentes. Com receio de ficarem marcados, ambos pediram para terem os nomes preservados.

– Eles (torcedores) invadem os ônibus, sobem no teto, colocam a cabeça para fora das janelas e ninguém fala nada, todo mundo fica quieto, porque têm medo – disse o jovem, visivelmente inconformado com a situação.

O que chama a atenção é a forma como os atos de infração ocorrem. A PM obteve informações de que alguns grupos entram nos veículos com um olheiro, cujo trabalho é monitorar a presença ou não de policiais nas áreas por onde o veículo passa enquanto o ato ilícito é praticado. Para acessar o teto, os “aventureiros” quebram o alçapão – que serve para ventilação no interior do ônibus – ou os vidros laterais.

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O major Marcelo Pontes, da Polícia Militar Rodoviária, informou que viaturas foram deslocadas para a Via Expressa Sul no último domingo. O problema é que o episódio não foi flagrado pelos agentes e as imagens não ajudam na identificação. Dessa forma, ninguém foi detido. Não é por esse motivo que a corporação ficará de braços cruzados. Após classificar o ato como “exibicionista”, ele garantiu que medidas preventivas serão adotadas.

– Não podemos aceitar esse tipo de situação. Vamos reforçar a fiscalização nesses pontos e tentar impedir que isso volte a acontecer. É um risco desnecessário e que pode causar um grave acidente – destacou.

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