O policial militar da reserva Helio Martins, 57 anos, foi indiciado por racismo, injúria qualificada pelo preconceito, ameaça e vias de fato. Um vídeo em que o PM admite ser racista viralizou nas redes sociais nas últimas semanas. O inquérito foi concluído nesta terça-feira (28).

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O vídeo foi gravado em São Ludgero, no Sul de Santa Catarina. Segundo a Polícia Civil, as imagens foram capturadas pela ex-companheira do policial. Ela tem 26 anos e mora em Alagoas. No dia da filmagem, a jovem estava em SC para visitar Helio. O casal estava junto há um mês. 

Segundo o delegado Éder Matte, responsável pelo caso, a mulher relatou que fez a gravação das imagens, pois o companheiro estava violento. Ainda de acordo com Matte, um dia antes da gravação, Helio teria agredido a jovem com um chinelo e teria também dado um tapa nela.

O filho da jovem, uma criança de quatro anos, também foi alvo dos insultos preconceituosos do PM. Ele teria sido chamado, segundo a investigação, de “”macaquinho”. Helio também foi indiciado por essa ação.

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A Justiça concedeu medida protetiva para a jovem após a denúncia. A vítima conseguiu voltar para Alagoas na última sexta-feira (24). Ela teve apoio da Assistência Social de São Ludgero para o retorno.

O crime de racismo é previsto pela Lei nº 7.716/1989. A pena máxima é de três anos e também há previsão de pagamento de multa.

Relembre o caso

O vídeo que circula nas redes sociais mostra Helio dizendo que não suporta negros. Ele chama a mulher que grava as imagens de macaca e admite ser racista.

— Porque eu tenho ódio, porque eu sou racista, porque eu não suporto negro. Eu tenho amigo negro, mas amigo decente, não essa negrada do c…, que é marrento que nem tu — afirma.

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No vídeo, Martins aparece brigando com a jovem. Além das falas racistas, o homem chega a ameaçar bater com um chinelo na interlocutora.

— Quer ver? Fala de novo. Fala de novo, sua macaca do c… Demônio, desgraçada.

A reportagem não localizou a defesa do policial da reserva.

A Polícia Militar de Santa Catarina emitiu nota sobre o caso, em que afirma que o sargento Helio Martins está na reserva desde 2016. No texto, a polícia afirma repudiar qualquer violência contra mulher e o crime de racismo. O caso será encaminhado para Corregedora para uma possível investigação.

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