Uma região turística com praias, opções gastronômicas e áreas de conservação natural, próximas ao nacionalmente conhecido Parque das Dunas de Natal. Este foi o cenário escolhido para as férias pela soldado Caroline Pletsch e pelo sargento Marcos Paulo da Cruz, policiais militares de Santa Catarina. Mas a viagem acabou sendo interrompida pela violência.
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Na noite de segunda-feira, eles foram vítimas da insegurança. Caroline foi morta enquanto jantava com o marido, que também foi ferido, em uma pizzaria do bairro Pajuçara, na zona norte de Natal, cidade de quase 804 mil habitantes segundo o último Censo. A Polícia Civil do Rio Grande do Norte afirmou que o caso foi encaminhado com prioridade à Divisão de Homicídios da unidade, mas ainda não foram encontrados suspeitos.
O bairro Pajuçara, que tem grande movimentação de turistas por causa das lindas praias, é o quinto mais violento da cidade, com 10 homicídios apenas neste início de ano. A região específica onde ocorreu o crime já é conhecido pela Polícia Civil pelo histórico de furtos e roubos.
O latrocínio contra a soldado Caroline foi a 120ª morte violenta registrada apenas neste ano em Natal, cidade com 881 mil habitantes – Florianópolis, com praticamente metade da população potiguar, registrou 40 homicídios até 15 de março. A região norte da capital potiguar concentra praticamente metade das mortes violentas da cidade, com 55 homicídios registrados até o dia 26 de março. Para a polícia, o problema da violência na região tem a mesma causa de tantas outras regiões brasileiras: o tráfico de drogas.
— Chamamos esse problema de macro causa por não ser algo local, mas sim uma realidade nacional. O número de mortes violentas caiu em Natal e no Rio Grande do Norte na comparação com 2017, mas os reflexos do tráfico de drogas, como a violência e guerra de facções, ainda estão presentes — explica o diretor da Polícia Civil da região metropolitana de Natal, Júlio César Barbosa da Costa.
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Segundo os dados da Polícia Civil estadual, o Rio Grande do Norte teve 532 mortes violentas até 26 de março deste ano. O número é 7% menor do que o registrado no mesmo período de 2017, quando foram 575 homicídios. Em Natal também houve queda nas estatísticas, com redução de 22% no volume de mortes violentas em relação ao ano anterior.
O Estado ainda enfrenta os reflexos de uma crise que teve três intervenções federais nos últimos anos. As rebeliões no presídio de Alcaçuz, onde 26 detentos morreram, e a paralisação dos policiais no fim de 2017 estão entre os momentos de maior tensão na segurança pública estadual.
Com a crise de violência, o Rio Grande do Norte teve recorde no número de mortes violentas no ano passado. A média foi de seis homicídios por dia no Estado e 2.405 mortes violentas registradas ao longo de 2017.
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