Perto das 23h, quando os calçadões da área central de Florianópolis estão vazios, começam a surgir pelas ruas os zumbis do crack. São viciados à procura de lixo e, principalmente, de olho em alvos para furtos.
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A Polícia Militar (PM) constatou uma nova onda de ação de ladrões aos estabelecimentos comerciais e está intensificando o policiamento na região para identificar e prender os autores.
Lojas e outros pontos de comércio têm sido arrombados. Desde o começo do ano, 47 pessoas foram presas por furtos na área central. Destas, apenas nove continuam na cadeia, conforme dados da PM.
Os furtos se intensificam durante à madrugada. Os suspeitos foram mapeados agindo em grande parte nas Avenidas Paulo Fontes a Rio Branco, e na Avenida Mauro Ramos aos altos da Rua Felipe Schmidt.
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Com os produtos de furtos em mãos, os criminosos caminham rapidamente em direção a pontos de venda de drogas do Maciço do Morro da Cruz. Ali, trocam por crack e consomem em cracolândias no próprio Centro.
A PM acredita que não conseguirá interromper essa círculo vicioso do crime no Centro sem a mobilização conjunta nas áreas social e saúde pública, além de investigação sobre os suspeitos para mantê-los presos.
– Por volta das 23h, diariamente, esse lado subterrâneo aflora no Centro. De olho nas câmeras, o nosso pessoal fala que é como se fosse a marcha dos zumbis. Eles vão aparecendo de todos os lados, em busca de lixo, lojas com janelas abertas, furtam e em seguida trocam por drogas nos morros – diz o tenente-coronel Araújo Gomes, comandante do 4º Batalhão da PM.
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O perfil do crime no Centro de Florianópolis*:
– 47 pessoas presas por furto desde janeiro
– 1 prisão é feita a cada 36 horas
– 9 dos 47 presos estão na cadeia
– 29 anos é a idade média dos presos
– 8 são adolescentes
– 60 anos é a idade do mais velho preso
– 13 anos é a idade do adolescente com menor idade
– 4 passagens (drogas e furtos) é a média de antecedentes dos envolvidos
– 21 passagens foi o maior número de antecedentes identificado de um dos presos.
– 78 suspeitos são abordados diariamente à noite
*Fonte: 4º Batalhão da Polícia Militar.