O presidente da Uefa, Michel Platini, disse ter “a impressão de ser a pessoa que incomoda” depois que o Sunday Telegraph sugeriu que ele teria sido influenciado por um dirigente do Catar a favor da candidatura do país do Golfo para a Copa de 2022.

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Em uma entrevista ao jornal francês L’Equipe, Platini declarou:

– Sou transparente, disse em quem votei (Catar) e recebo acusações de corrupto. Basta de bobagens.

Segundo o dirigente francês, por trás das acusações “está alguém, alguma coisa, pessoas que organizam tudo isto”, mas ele afirmou não ter provas se a origem da denúncia é a Fifa.

– Há muitos interesses em jogo, para os que estão na Fifa, para os que têm vontade de entrar e para os que esperam chegar algum dia – completou.

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A Fifa celebrará seu congresso nos dias 10 e 11 de junho em São Paulo, um ano antes da eleição presidencial.

O atual presidente, o suíço Joseph Blatter, de 78 anos, deseja permanecer no cargo. Platini, de 58 anos, afirmou ao L’Equipe que vai aguardar até agosto para anunciar uma decisão.

Ao falar sobre a escolha do Catar como sede do Mundial-2022, Platini justificou o voto.

– O Golfo é um belo lugar para fazer um Mundial e isto favorecerá o desenvolvimento do futebol. Ninguém me disse em quem deveria votar. O Catar não pediu que votasse neles. Nem (o então presidente francês Nicolas) Sarkozy, nem ninguém – afirmou.

Mas Platini admitiu que foi convidado a um almoço privado com o presidente da República e que encontrou com catarianos.

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-Notei que havia uma mensagem subliminar. Apenas me reuni com meu presidente, mas não sabia que os catarianos estavam lá – insistiu.

Platini concluiu que se ficar comprovada a corrupção, uma nova votação será necessária para escolher a sede da Copa.

A Fifa anunciou que encerrará a investigação sobre a polêmica escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022 (Rússia e Catar) até 9 de junho. Um relatório será apresentado aos dirigentes da entidade em um prazo de, no máximo, seis semanas.

*AFP