O ex-craque francês Michel Platini, presidente da Uefa, anunciou nesta quinta-feira em Mônaco que não pretende se candidatar à presidência à Fifa, apesar de deixar claro que “não apoia” o suíço Joseph Blatter, que deve buscar um quinto mandato à frente da entidade.
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– É a escolha do coração, da paixão. Sou candidato para mais um mandato na Uefa, mas não me candidato à presidência da Fifa – afirmou o dirigente de 59 anos.
Platini era considerado a única séria ameaça a Blatter, de 78 anos, que está à frente da Fifa desde 1998.
– Não é o momento certo, a minha hora ainda não chegou. Pensei muito, mas não consegui me convencer – afirmou o lendário camisa 10, que levou a seleção francesa à conquista da Eurocopa de 1984 e a duas semifinais de Copa do Mundo (1982 e 1986), além de ser eleito três vezes melhor jogador do mundo, quando jogava pela Juventus.
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– Joseph Blatter ainda não é oficialmente candidato, mas acho que ele vai em busca de um novo mandato. Ajudei-o em 1998, 2002, 2007, chegou a me pedir ajuda também em 2011. Acho que vai se candidatar novamente em 2015, mas não terá meu apoio, porque a Fifa, na minha opinião, precisa de um novo fôlego – criticou o francês, que em março tinha afirmado que sabia que era “a única pessoa que pode derrotar Blatter”.
À frente da Uefa, Platini sempre priorizou uma visão mais democrática do futebol, tentando dar espaço a pequenos clubes e países contra as grandes potências, o que também ajuda a conseguir votos.
O ex-meia da Juve acabou com o G14, uma união dos principais clubes europeus que queriam criar uma liga fechada, e abriu a Liga dos Campeões para países de menor tradição, introduzindo também o ‘fair-play’ financeiro (um clube não pode gastar mais do que arrecada), o que contribui para a redução das dívidas de alguns clubes.
Jérôme Champagne, ex-vice-secretário geral da Fifa, foi o primeiro a apresentar candidatura para a presidência da entidade, mas, no papel, não tem chances de vencer. O ex-diplomata francês já afirmou que sairá da disputa se Blatter concorrer à reeleição.
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No último congresso da Fifa, realizado em São Paulo às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, o suíço deu a entender que pretendia disputar o quinto mandato.
– Sei que meu mandato termina em maio do ano que vem, mas minha missão não terminou. Juntos, construiremos a nova Fifa e estou pronto para acompanhá-los no futuro – tinha afirmado o dirigente.
Por mais que tenha desistido de se candidatar contra ele, Platini não perdeu a oportunidade de criticar Blatter. O francês alfinetou o suíço sobre a questão do uso da tecnologia para a arbitragem, um dos principais pontos de divergência entre os dois.
Platini sempre foi contra, enquanto Blatter se rendeu ao uso da tecnologia recentemente. O suíço chegou a até a declarar no último congresso da Fifa que era a favor de deixar aos técnicos a possibilidade de contestar uma decisão de arbitragem ao pedir a análise do vídeo da jogada, como acontece na NFL, por exemplo.
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– Sepp (diminutivo de Joseph Blatter) comunica muito, mas não tenho certeza que ele realmente acredite no que está falando. Antes, dizia que era contra a tecnologia, quer mostrar hoje que é um homem moderno, mas acho que, no fundo, ele é contra isso tudo – alfinetou o presidente da Uefa.
*AFP