Um ano depois da última visita a Rio Grande, a presidente Dilma Rousseff volta nesta segunda-feira ao polo naval. Além da cerimônia de batismo da plataforma P-55, Dilma assinará contratos para a montagem da P-75 e P-77.

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A construção das duas imensas estruturas, que serão utilizadas na exploração do pré-sal na Bacia de Santos, proporciona a manutenção de empregos na região. Cada uma representa um investimento de US$ 800 milhões.

Do tipo FPSO (sigla em inglês para plataforma que produz, armazena e transfere petróleo) – como a P-53 e a P-63, que já deixaram as águas gaúchas, e a P-58, ainda atracada no sul do Rio Grande do Sul -, os dois novos navios deverão gerar cerca de 3 mil empregos diretos durante os trabalhos de montagem. O tempo de obra da nova estrutura é estimado de 35 a 37 meses.

Por isso, a Quip, responsável pela montagem, deverá recomeçar a contratar em pouco tempo. Assim, o alarme de dispensa de um grande número de trabalhadores com o término das obras perde força. Contudo, o Sine de Rio Grande cadastra trabalhadores para atuar em outras obras navais do país.

Nesta semana, 400 vagas para Pernambuco foram abertas na unidade. A situação deverá acalmar também o sindicato dos metalúrgicos. A chamada “quarterização” (quando uma empresa já é subcontratada contrata outra para prestar determinado serviço) gerou problemas, como o não pagamento de funcionários e alojamentos.

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A realocação em outras cidades do polo naval gaúcho também não está descartada. A expectativa é que antes do fim do ano o consórcio EBR, em São José do Norte, comece a contratar trabalhadores para a construção do estaleiro e também dos módulos da P-74.

No polo de Jacuí, em Charqueadas, segundo a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), do governo do RS, as licenças de operação deverão ser concedidas antes do fim do ano. Atualmente, cerca de cem pessoas atuam na preparação das obras da Iesa e da Metasa.

Além dessas cidades, Porto Alegre também terá um projeto. Na semana passada, a Ecovix-Engevix recebeu licença para ter um estaleiro no cais Mauá e construir módulos destinados ao polo naval.

Cerca de R$ 8 bi em obras entregues à Petrobras

Terceira plataforma concluída em águas gaúchas, a P-55 é a maior estrutura semissubmersível brasileira, e a primeira construída dentro do dique seco do Estaleiro Rio Grande. Com a P-55 se chega à soma de investimentos de R$ 8 bilhões na indústria naval no RS já entregues para a Petrobras.

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Projeto integrante do Módulo 3 do Campo de Roncador, localizado na Bacia de Campos, a P-55 será ligada a 17 poços. A entrada em operação está prevista para dezembro.

– Fico muito feliz e aliviado por termos conseguido concluir a obra. Foi um desafio muito grande. E admito que é bom saber que os próximos projetos são do tipo FPSOs (cascos de navios convertidos em plataformas). Não quero dizer que não dão trabalho, mas é bem menos – afirma Michelangelo Thomé, diretor-geral da Quip, empresa responsável pela montagem.

O ineditismo do projeto, a pouca experiência com obras desse porte e o pioneirismo pesaram para o estouro do prazo de dois meses e meio. Para concluir a obra, a Quip lançou programas de incentivo à produção e chegou a ter quase 10 mil funcionários empenhados só na plataforma.

A elevada contratação de pessoal foi citada pelo presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, como um fator que não deverá ser repetido nas próximas vezes, quando o Brasil estiver mais acostumado com esse tipo de construção.

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Em Rio Grande, a presidente Dilma Rousseff subirá na P-55 e fará um tour de meia hora pela gigante de 8,8 mil metros quadrados. Depois assinará os contratos para a construção das P-75 e P-77. Na sequência, retorna para Pelotas e voa para Brasília.