Plantonistas do Hospital São José, que reclamam estar sobrecarregados com a superlotação no pronto-socorro, vão se reunir na segunda para redigir um manifesto por melhores condições de trabalho. Representantes dos médicos e enfermeiros vão expor durante uma coletiva de imprensa, às 10h30, no auditório, os números que podem dar a dimensão do problema e mostram que a superlotação é provocada também pela falta de estrutura de outras unidades de saúde. O objetivo é cobrar solução das autoridades.
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Segundo o enfermeiro-chefe do pronto-socorro (PS), Arnoldo Boeg Junior, toda a rede pública está saturada, e a falta de leitos de internação e médicos plantonistas em outros locais, como o Hospital Regional, traz reflexos diretos para o São José, que trabalha permanentemente acima da capacidade.
– O pronto-socorro tem capacidade para atender a 43 pacientes, mas a média de ocupação tem se mantido em torno de 90 -, diz Boeg Junior.
Segundo o enfermeiro, o ideal seria que cada técnico de enfermagem, por exemplo, cuidasse de no máximo seis pacientes, mas, diariamente, eles têm pelo menos o dobro de doentes.
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No fim de semana, o número de pacientes chegou 105.
– Por causa da falta de médicos no Regional, também tivemos que atender a casos de urgência e emergência que são de áreas de referência daquele hospital, como infartados e outros pacientes com doenças pulmonares e infecciosas -, diz.
O Regional reconhece os problemas com a falta de clínicos para cumprir as escalas de plantão, mas afirma que a última vez que isso aconteceu foi na sexta. Quanto aos pacientes de cardiologia, pneumologia e infectologia, a unidade argumenta que, rotineiramente, pessoas que precisam de atendimento nessas áreas (referência do Regional) procuram o São José, assim como pacientes vítimas de traumas e derrames (AVC) eventualmente procuram o Regional. Nesses casos, depois do primeiro atendimento, os pacientes são encaminhados para as unidades de referência.
Nesta sexta-feira, 98 pacientes foram atendidos no PS do São José entre a meia-noite e as 20 horas. E o movimento foi atípico no Regional, onde, da meia-noite às 19 horas, foram atendidos 97 pacientes. O aumento foi atribuído à falta de cirurgiões de plantão no PA Norte e no Hospital São José. Em dias normais, a unidade faz uma média de 20 cirurgias. Sexta-feira, foram 35.
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