Uma falha de comunicação na prefeitura de Blumenau matou o tamarindo centenário que ficava perto da Ponte Vilson Kleinübing, no Bairro Itoupava Seca. Partes dos galhos da árvore, plantada em 1890 por Thusnelda Paul, filha do naturalista Fritz Müller, amanheceram quarta-feira caídas perto do tronco. A Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema) diz que o corte foi feito pela Diretoria de Serviços Urbanos, a partir de um pedido de poda da Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena). A assessoria de imprensa da prefeitura entrou em contato com o Santa, no fim da tarde de quarta-feira, e explicou que houve uma falha de comunicação e que não era para ter sido feito um corte, só a poda. Agora, a praça ganhará um novo tamarindo.
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A Faema afirma que a planta estava 90% morta e não teria condições de se restabelecer. O presidente da fundação, Jean Carlos Naumann, destaca que a autorização para corte foi emitida pela Faema com base nos laudos que mostravam que a árvore estava condenada:
– Pela avaliação de especialistas, não havia chance da planta se restabelecer, estava 90% morta, em processo de morte.
Uma reunião na manhã desta quinta-feira, entre Faema, Secretaria de Serviços Urbanos, prefeito e Acaprena vai esclarecer o corte do tamarindo. Vai, ainda, definir o que poderá ser feito para compensar o prejuízo à natureza.
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A árvore ficou comprometida, mas há divergências se as sementes vão vingar. Naumann diz que parte estava madura, e que é possível fazer descendentes da planta centenária. Todos os frutos foram coletados. O conselheiro da Acaprena, Leocarlos Sieves, porém, afirma que os frutos não estavam maduros. Ele explica que, no meio do ano, integrantes da associação haviam conversado com o prefeito Napoleão Bernardes sobre a poda. Porém, aguardavam o amadurecimento das sementes do tamarindo, o que ocorreria em novembro.
– As sementes verdes não nascem. Acaba a esperança de perpetuá-la – frisa.
A árvore foi transplantada em 1998 por causa das obras da Via Expressa. A presença dela no local acabou batizando a nova ponte, que passa ao lado. Pouco mais de 10 anos depois da mudança, a árvore apresentava aspecto ressecado. Um professor de Engenharia Florestal da Furb constatou que a árvore estava tomada por fungos e em fase terminal. Em abril deste ano, frutos surgiram nas ramificações do único galho verde da árvore. A intenção era coletar as sementes para criar descendentes.