Elaborado para ser o guia do desenvolvimento do sistema de ensino no município nos próximos 10 anos, o Plano Municipal de Educação (PME) recebeu 547 contribuições da população nos 31 dias em que ficou disponível no site da prefeitura. De acordo com a coordenadora do Conselho e do Fórum Municipal de Educação, Simone Probst, o plano teve 2.151 acessos, que geraram as colaborações.

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Após a consulta pública, no dia 19 de maio o plano ainda foi discutido em uma conferência municipal com 500 participantes. As contribuições se transformaram em 21 novas estratégias – que são a maneira como o município pretende atingir as 20 metas – e se somaram às 308 já elaboradas.

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Simone explica que todas as colaborações recebidas foram analisadas e selecionadas para serem incluídas no texto final, encaminhado ao Legislativo. O documento também foi tema de uma audiência pública ontem à noite na Câmara de Vereadores. Ele deve ser votado na próxima semana e na sequência segue para a sanção do prefeito Napoleão Bernardes.

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– Nós avaliamos tudo, até porque muitas coisas já estavam contempladas no plano, e tínhamos que verificar se eram exequíveis e constitucionais. Mas, de maneira geral, todas as contribuições chegaram muito corretas, institucionalizadas, uma ou outra eram mais pessoais, e isso mostra que as pessoas entendiam o plano e sabiam como apresentar as melhores sugestões – afirma a coordenadora.

A diretora do Centro de Ciências da Educação, Artes e Letras da Furb, Rita Rausch, vê com bons olhos a elaboração e a oportunidade de participação da comunidade no desenvolvimento do plano. Ela considera parte das metas arrojada, acredita que as estratégias estão bem definidas e vê como maior desafio a implantação de todas as diretrizes, que são 10:

– Isso não pode se tornar um documento de gaveta, como outros planos nacionais onde na prática pouca coisa se efetivou.

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Ela destaca que entre as principais dificuldades para todos os municípios está alcançar a meta de valorização dos professores, uma das mais distantes em todos os aspectos:

– Em âmbito nacional o salário está 50% aquém de outro profissional que tenha essas mesmas exigências. A própria Dilma (Rousseff) já classificou como uma das metas mais difíceis de serem alcançadas.

Atraso pode dificultar pedido de recursos

A criação do Plano Municipal de Educação é uma determinação do Plano Nacional, e o prazo para a sanção dos documentos termina hoje. Simone explica que a não aprovação dentro da data pode dificultar o acesso a recursos federais, já que esse é um requisito básico, mas que no momento não há oportunidades disponíveis para que o Executivo possa concorrer à verba:

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– O Plano de Ações Articuladas (PAR) é o sistema onde nós nos inscrevemos para pleitear esses recursos, mas hoje não tem uma janela aberta. Quando se abre uma oportunidade, a primeira pergunta que aparece é “a cidade possui o Plano Municipal de Educação?” e pede o número da lei. Se abrir uma oportunidade na sexta-feira, por exemplo, nós não teremos a lei, e então não sei se as próximas janelas vão abrir para preencher e concorrer ao recurso.

Rita também vê a questão financeira como uma das dificuldades para a implantação do PME, ponto que classifica como crucial para que as políticas possam acontecer:

– A proposta estabelece que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) vão ser destinados (até 2025) e tem também os recursos do pré-sal, mas todos os cortes que já estão sendo feitos em programas educacionais me preocupam muito, pois toda essa estrutura depende de financiamento.

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