Áreas impermeáveis cobrem quase a metade (48%) das sub-bacias do rio Cachoeira atualmente.

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Até 2035, quando a projeção é de que Joinville tenha entre 750 mil e um milhão de pessoas, essa impermeabilização pode chegar a 69%, segundo o Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) da Bacia do Rio Cachoeira, uma série de estudos feita entre 2008 e 2011 que servirá para elaboração de uma política municipal de drenagem para a bacia.

A conta se baseia na ocupação futura de lotes permitida pelo Plano Diretor Urbano e pela Lei de Uso e Ocupação do Solo.

A impermeabilização – áreas onde há construções, concreto ou asfalto que impedem a absorção da água pelo solo – é um dos principais fatores de cheias em áreas urbanas. Quanto mais impermeabilização, mais rápido tende a ser o escoamento da água de partes altas para as baixas da cidade e maior o tempo de concentração da água nos locais baixos.

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O PDDU prevê ao menos 205 obras, como pontes, galerias e reservatórios a serem implantados em 25 anos, a fim de reduzir de 14,6 km² para 1,5 km² a área de inundação na bacia, a um custo de R$ 1,32 bilhão.

Mas só fazer obras não resolve, pelo contrário, pode até piorar as cheias se elas não vierem acompanhadas de medidas chamadas “não-estruturais”, que podem ir desde uma restrição maior de construir na área urbana até a educação ambiental e ou a simples convivência com as cheias por meio de planos emergenciais. Boa parte dessas medidas é para evitar maior impermeabilização da cidade no futuro.

Atitudes

Entre as medidas mais recomendadas para todas as sub-bacias, estão algumas mais restritivas, como o zoneamento de áreas inundadas, o que pode proibir construções onde são registrados alagamentos e gerar polêmica ou até estagnação imobiliária em partes da cidade.

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A taxa de drenagem, uma cobrança que o contribuinte paga por metro quadrado de área impermeabilizada de seu imóvel, também entra nessa lista.

Na parte de convivência com os problemas, há os planos emergenciais e rotas de fuga das cheias e os sistemas de previsão e alerta meteorológicos. Ambos já estão em implantação em Joinville por meio da Defesa Civil.

Outras medidas são menos punitivas e mais educativas, mesmo que estabelecidas por lei. Entram nisso, por exemplo, o fato de se reservar faixa para plantio de grama em calçadas e acessos de casas (o que facilita a infiltração de água na terra) ou a construção de reservatórios para acúmulo de água da chuva nas construções – o que evita que ela vá toda para a rede de drenagem e ainda permita o uso desta água em banheiros ou para lavar a calçada.

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A criação de áreas de preservação ao longo de rios, que podem servir como parques de lazer, ou deixar valas e várzeas gramadas que servem para escoar a água e para acumulá-la, são outras sugestões.

Elas têm o lado positivo de deixar a cidade mais verde, mas podem gerar resistência da população por restringir a ocupação ou pelo acúmulo de água parada, mesmo que não contaminada, ainda ser visto como negativo.

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