Mesmo em fase de elaboração, o Plano Diretor da cidade está na mira dos ambientalistas. Dos quatro municípios afetados com a APA, é o que teve a maior área transformada: 5,2 mil hectares.

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Os moradores querem preservar o que resta de natural e temem que o novo regramento urbano seja nos moldes daquele levado à votação no fim de 2012. Marcado por prédios de até 12 pavimentos à beira da Praia da Pinheira, o documento acabou rejeitado.

– A verticalização nos preocupa. As praias não comportam grandes construções, principalmente porque 100% da região não tem esgoto tratado – reclama o presidente do Movimento SOS Rio da Madre, Plínio Bordin.

Desde o início do ano, eles realizam eventos para juntar R$ 20 mil destinados a honorários advocatícios e questionar na Justiça a validade da lei que criou a APA. Mais de R$ 10 mil já foram obtidos até o momento. Conforme Bordin, as áreas de APA viraram alvo de invasão desde que a lei foi sancionada em 2009 – principalmente na Pinheira e em Morretes.

O município ainda elabora um estudo para desenhar os novos limites da cidade e definir o que será permitido ou não dentro desse traçado. O prefeito Camilo Martins (PSD) já fez suas premissas: nada de prédios de 12 pavimentos à beira da praia, nem inchaço exagerado e população exorbitante – hoje o limite de construções naquela região litorânea não ultrapassa os dois pavimentos.

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Ele não adianta os principais pontos do novo Plano Diretor, mas avisa que a construção de prédios nas praias deve respeitar o meio ambiente e a luz solar: quatro pavimentos nas vias mais próximas ao mar e oito nas mais distantes. Mesmo assim, Martins alerta que não há como evitar a verticalização.

– Ela não tem volta. É uma tendência mundial e precisamos nos acostumar com isso. Vamos enriquecer aquela região e procurar manter um crescimento sustentável, respeitando as belezas das praias e evitando que a região fique inchada demais – disse o prefeito.