Vinte anos no poder. Este será o saldo alcançado por Luiz Henrique da Silveira (PMDB) se conseguir concretizar as projeções de alianças feitas para 2014 e 2018 no governo do Estado. Desde 2002, já são 10 anos no grupo que está poder na administração de Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Os detalhes da troca de apoios entre peemedebistas e pessedistas ainda estão sendo delineados em encontros sigilosos. Lideranças do próprio PSD consideram que as projeções ainda precisam de um debate partidário mais aprofundado.

– É um gesto de boa vontade a intenção de continuar juntos. São pessoas qualificadas e que têm toda legitimidade para fazer essa discussão (sobre o encontro dos ex-governadores do PMDB). Mas essas projeções vão carecer de um debate partidário – diz o vice-presidente do PSD em Santa Catarina, Paulo Bornhausen.

A contar pelo histórico de articulações feitas Luiz Henrique, o caminho é de vitórias. Em 2010, depois de uma série de turbulências e o quase fim da tríplice, o peemedebista conseguiu manter a aliança e saiu como grande vitorioso, elegendo seu sucessor em primeiro turno, garantindo sua vaga e a do tucano Paulo Bauer ao Senado.

Continua depois da publicidade

Mas nas projeções feitas para as campanhas de 2014 e de 2018, o terceiro elo da cadeia não foi mencionado. O lugar do PSDB na aliança das próximas eleições não foi citado e as declarações do ex-governador repercutiram mal entre o tucanato.

O presidente do partido, ex-governador Leonel Pavan, disparou mensagens pela sua conta no Twitter com ar de indignação. “LHS. Tem coisas que às vezes é bom olhar pelo retrovisor e olha que tem muitas coisas boas que aconteceram graças ao PSDB”, escreveu no microblog.

Por telefone, Pavan disse que recebeu diversas mensagens, e-mails e ligações de tucanos indignados e surpresos com a entrevista de LHS.

Continua depois da publicidade

– Cada um tem direito de projetar o futuro que quiser. O que estranhamos é que isso tenha partido do Luiz Henrique. Ele deve ao PSDB explicações, ou vamos achar que fomos usados – disse Pavan.

O líder dos tucanos na bancada estadual, deputado Dado Cherem, analisou as declarações com mais cautela. Ele diz que vê com naturalidade a situação porque o senador fala pelo PMDB e defende seu partido.

– Tem muito tempo ainda até as eleições de 2014. Nosso projeto, hoje, é cumprir o que foi prometido na campanha de 2010. Não adianta fazer projeção se o governo não for bem, e o importante é continuar dando respaldo à administração de Raimundo Colombo (PSD) e ajudar o governo a acertar – disse Dado.

Continua depois da publicidade

Mesmo assim, depois da entrevista de Luiz Henrique ao colunista Moacir Pereira, publicada na edição de ontem, o parlamentar tucano procurou o senador para conversar. Eles devem se encontrar na próxima semana.