Um dos grandes problemas da região do Vale do Itapocu, a destinação de resíduos sólidos, terá uma solução em breve. O Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (Pigirs), que iniciou sua elaboração no mês de abril, vem ganhando forma e, até dezembro deste ano, deve ser finalizado. O documento está na fase de coleta de dados. As cidades de Corupá, Schroeder, Guaramirim e Massaranduba já receberam a visita dos técnicos que estão avaliando como são os sistemas de coleta e destinação de resíduos nesses locais. Nesta semana, os profissionais estarão nos municípios de São João do Itaperiú e Barra Velha e, na semana que vem, em Jaraguá do Sul.

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A empresa que venceu a licitação para fazer o plano foi a Escola de Gestão Pública (Egem), pertencente à Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), de Florianópolis. O custo total será de R$ 245 mil, para as sete cidades que compõem a Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali). A urgência em deixar o plano pronto se dá porque a partir do ano que vem, apenas as cidades com o plano aprovado receberão verbas federais para a destinação dos resíduos. A determinação faz parte da lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O supervisor do Pigirs, Leocádio Neves da Silva, que também é presidente da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), explica que o plano é dividido em cinco etapas. A primeira – que está sendo realizada este mês – é o diagnóstico da situação de cada cidade e a mobilização social em cima do tema. A segunda é a análise do levantamento, depois a identificação de todos os locais relacionados (como lixões, usinas de reciclagem, pontos de coleta).

Na quarta etapa ocorre o fechamento do plano e, por último, a definição dos programas, projetos e ações. A minuta de lei, que terá todo o trabalho anexo deve ser levada a votação em dezembro. Depois da sanção dos prefeitos, o que foi determinado no plano passa a entrar em vigor.

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Segundo Leocádio, entre uma etapa e outra haverá dois momentos importantes. O primeiro é a escolha da tecnologia para a destinação do lixo.

– Nesse momento as empresas do setor serão consultadas e vamos analisar qual é a tecnologia mais adequada ao perfil de cada cidade e levar até a população para que seja feita a escolha -, avisa.

Depois de levantadas as possibilidades serão feitas nove audiências públicas (sendo três em Jaraguá do Sul), para que o povo possa se manifestar sobre o assunto.

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Foco estará na reciclagem

Uma das certezas do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (Pigirs), segundo o supervisor Leocádio Neves da Silva, é a intensificação da reciclagem. Das sete cidades da região do Vale do Itapocu apenas Jaraguá do Sul possui projeto de coleta seletiva. Porém, somente 3% do lixo da cidade é reciclado. O trabalho de conscientização da reciclagem passará por campanhas educacionais até a reestruturação total do projeto.

A Prefeitura de Jaraguá do Sul estuda a distribuição de sacolas plásticas com cores diferenciadas para a separação correta do lixo. No começo de maio, uma comitiva jaraguaense visitou as cidades de Indaial e Timbó, onde o projeto das sacolas já existe. Em Timbó os resíduos sólidos que são coletados chegam 10% do volume total de lixo recolhido. A intenção é que Jaraguá do Sul passe a reciclar 15%. Já os recicladores serão treinados para trabalhar na separação do material em local apropriado.

Números

Abrangência nos sete municípios pertencentes a Amvali, uma população de 250 mil pessoas;

Estima-se que cada pessoa produz cerca de 800 gramas de lixo por dia na região, o que representa 120 toneladas/dia;

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Somente Jaraguá do Sul possui coleta seletiva de lixo, as outras cidades não têm projeto nesse sentido;

Desde 2004, Jaraguá do Sul gasta R$ 12 milhões por ano para enviar os resíduos para o aterro sanitário de Mafra;

Apenas 3% do lixo gerado em Jaraguá do Sul é reciclado;

Jaraguá possui oito grupos de pessoas que reciclam, sendo que apenas um é totalmente regular;