Aprovado em 2010 pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) do Ministério da Cultura (MinC), o projeto de ampliação do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, de Blumenau, ainda caminha a passos lentos.
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Conforme Teresinha Heimann, uma das responsáveis pela captação de recursos para a obra junto a empresários da região, R$ 1,5 milhão (valor mínimo necessário para começar a obra) separa a ideia da execução. Orçada em R$ 3,5 milhões, a construção do novo prédio deveria ter iniciado há quatro anos e sido concluída em 10 meses. Foi a falta de dinheiro que fez o plano ser suspenso por tempo indeterminado.
O projeto proposto pela Associação dos Amigos do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva recebeu o aval do MinC pelo artigo 26 da lei 8.313, que permite à pessoa jurídica tributada com base no lucro real deduzir 40% das doações e 30% dos patrocínios do Imposto de Renda (IR). Teresinha conta que seria preciso ter pelo menos 50% do valor total em mãos para começar a obra. Porém, a captação de recursos estacionou em apenas R$ 300 mil.
– Contatamos mais de 100 empresas por toda Santa Catarina, mas só três contribuíram: Hering, Altenburg e Gráfica 43. É complicado porque especialmente em Blumenau são poucas as que têm lucro real e as que têm já estão comprometidas com outros investimentos culturais – explica Teresinha.
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Prazo para execução termina no fim do ano
Com o fim do ano cada vez mais próximo, se aproxima também o fim do prazo para a execução do prédio. Teresinha calcula que em dezembro o MinC deve tomar as providências para suspender ou prorrogar o projeto. Diretora do Patrimônio Histórico-Museológico da Fundação Cultural de Blumenau, Sueli Petry acredita que as gestões empresariais atuais não estejam mais tão preocupadas com a conservação histórica do município:
– Blumenau mudou. As empresas hoje não têm mais aqueles antigos proprietários, a atual geração não tem mais aquele sentimento de pertencimento como tinham os blumenauenses tradicionais. Esse novo perfil aparece refletido nessas ações de preservação das memórias da cidade, poucas empresas fazem isso.
Entre manuscritos, periódicos, fotos, livros e outros tipos de arquivos, Sueli estima que mais de um milhão de documentos estejam guardados nas estantes do Arquivo Histórico.
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– Com a ampliação teríamos condições de receber novos fundos documentais de instituições, entidades, famílias… Ainda recebemos, mas queremos guardar estes documentos dentro dos padrões de todos os acervos arquivísticos – explica a diretora.
Uma das medidas previstas é a digitalização do acervo. Sueli adianta que o site do Arquivo Histórico está sendo reformulado e deve estar no ar nos próximos meses. Assim, todo o conteúdo histórico da cidade estará a apenas um clique de distância. Mas a luta pelas melhorias físicas continua, assegura Sylvio Zimmermann Neto, presidente da Fundação:
– É um trabalho quase que diário e difícil. Acho que o que podemos fazer por enquanto é reformar o prédio um pouco aqui, um pouco ali, e mantê-lo preservado. Este cuidado é essencial pela importância histórica que o arquivo representa.
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