Ministros que cuidam da articulação política do governo tratam, nesta quinta-feira, da transferência do Ministério da Saúde do PMDB para o PP. Antes mesmo da confirmação da saída de Marcelo Castro (PMDB-PI), o PP já havia definido o deputado Ricardo Barros (PP-PR) como nome cotado para ocupar o comando da pasta.

Continua depois da publicidade

Interlocutores do Planalto confirmam que o ministério passará a ser comandado por Barros, que relatou o Orçamento de 2016. De acordo com um integrante do núcleo político do governo, é preciso sacrificar o deputado peemedebista Marcelo Castro, que assumiu a pasta da Saúde em outubro do ano passado, para contemplar o PP, quarta maior bancada da Câmara, com 49 deputados.

Leia mais

Comitê pró-impeachment diz ter 346 votos pelo afastamento de Dilma

Cunha diz que negociação de cargos “é liquidação de fim de governo”

Continua depois da publicidade

Defesa de Dilma será apresentada na segunda-feira, diz vice-líder do governo

O partido já controla o Ministério da Integração Nacional. A pasta continuará com a legenda, mas o comando será trocado. Sai o atual ministro, Gilberto Occhi, para assumir o deputado Cacá Leão, que já era cotado para substituir Occhi no início do ano, por motivos de saúde. O deputado é filho de João Leão (PP-BA), vice-governador da Bahia e próximo a Jaques Wagner, ex-ministro da Casa Civil e atual chefe do Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff.

Occhi deve ser nomeado presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), banco do qual é funcionário de carreira desde a década de 1980 e já foi vice-presidente. Atualmente a Caixa é dirigida pelo PT, com Miriam Belchior.

O anúncio das trocas envolvendo o PP, no entanto, não deve ocorrer imediatamente. O Palácio do Planalto quer apresentar todas as trocas de uma vez e espera fechar as negociações com o PR e o PSD. O governo ofereceu ao PR, que atualmente comanda Transportes, o Ministério de Minas e Energia. A pasta do PSD ainda está em negociação. Hoje o partido comanda o Ministério das Cidades.

PMDB

Após o anúncio da saída do PMDB do governo, Dilma tenta refazer a equipe com partidos aliados que assegurem votos contra o impeachment na Câmara dos Deputados. A votação deve ocorrer em meados de abril e, para barrar o processo, a presidente precisa do apoio de 171 deputados.

Continua depois da publicidade

Em jantar na com Dilma na quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou as negociações dos últimos dias. Foi Lula que negociou o acordo com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para a manutenção de Helder Barbalho à frente da Secretaria de Portos. Helder é filho de Jader.

A disposição dos ministros do PMDB em continuar na equipe provocou divergências no Palácio do Planalto. Até o começo da tarde, uma ala do governo ainda defendia a permanência do ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), sob o argumento de que ele foi indicado pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que promete “entregar” de 25 a 30 votos ao governo, embora o partido tenha anunciado a saída da base aliada.

— É evidente que aqueles que são do PMDB e querem contribuir para a saída da crise serão bem-vindos — disse o ministro da Comunicação Social.

Leia todas as notícias de política