Advogado eleitoral do PSD nas eleições de 2012 e 2014, André Agustini Moreno foi nomeado no final de fevereiro deste ano para um cargo comissionado na Casal Civil do Governo, emprego que lhe rende um salário de R$ 10.242,00. Um mês após entrar no governo, ele seria citado na 26ª fase da operação Lava Jato, denominada de Xepa, como participante de um esquema de pagamentos ilegais para obras no país ligadas à Odebrecht Ambiental. A defesa de Agustini nega qualquer participação no esquema e afirma que ele não foi informado sobre qualquer abertura de inquérito pelo STJ. O Governo respondeu que irá analsiar a situação do servidor.

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André Agustini Moreno foi identificado na investigação em uma planilha onde um diretor da Odebrecht Ambiental teria aprovado o pagamento de R$ 1 milhão, em outubro de 2014, período em que ele era advogado eleitoral da coligação que reelegeu Colombo. Autos da Lava Jato citaram que a quantia foi paga em um hotel de São Paulo e que na mesma data André Agustini Moreno estaria hospedado no local. Ele chegou a ser conduzido coercitivamente para depor na Polícia Federal quando a operação foi deflagrada.

De acordo com a assessoria do Ministério Público Federal no Paraná, onde estão baseadas as investigações da operação Lava Jato, todos os depoimentos e documentos referentes ao governador Raimundo Colombo foram encaminhados para a Procuradoria-Geral da República, devido ao foro privilegiado do catarinense. A reportagem do G1 informa que a abertura do inquérito tem relação com a operação Xepa e o STJ teria determinado a “coleta de provas pedidas pela Procuradoria, entre as quais a obtenção de dados telefônicos de um assessor do governo de Santa Catarina, André Agustini Moreno”.

O advogado de Agustini, Helio Rubens Brasil, informou que seu cliente não recebeu dinheiro algum da Odebrecht e que não foi informado pelo STJ sobre a abertura de um inquérito sobre o assunto. O advogado afirmou ainda que deve buscar mais informações no STJ na segunda-feira.

A Casa Civil informou que, apesar de nomeado pela secretaria com um salário de R$ 10.242,00, Agustini está lotado no Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). Em nota, a Casa Civil comunicou que “a situação do servidor será analisada apenas quando o Governo do Estado obtiver mais informações a respeito do processo. Por enquanto, qualquer medida em relação ao servidor poderia ser considerada precipitada, uma vez que o processo encontra-se em fase de investigação”.

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