Um dos pivôs da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef foi preso nesta segunda-feira (20) em Itapoá, no Norte de Santa Catarina. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Oscar Biffi, o empresário será encaminhado diretamente à Curitiba e não passará pela delegacia do Estado.

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Youssef foi preso por determinação de Eduardo Fernando Appio, que substitui Sérgio Moro na 3ª Vara Federal Criminal da Capital paranaense, especializada em crimes financeiros e de lavagem de ativos.

Entre os fatos apurados pela Receita, segundo a decisão do juiz, está a tentativa de compra de um avião e um helicóptero feita pelo doleiro, e diversos endereços em seu nome, o que “evidencia uma situação muito privilegiada e incompatível com as condenações já proferidas em matéria criminal”.

— Deixa evidenciado que o acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros — disse o juiz em relatório.

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Preso durante a investigação da primeira fase da Lava Jato, em 2014, o doleiro fez acordo de delação premiada em troca de informações que poderiam ocasionar a prisão de outras pessoas envolvidas. Ele deixou o regime fechado em 2016 e utilizou tornozeleira por mais um ano.

Youssef é apontado como chefe de um esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro.

O Juiz Eduardo Appio afirmou ainda que a investigação comprovou que, além de atuar na lavagem de dinheiro, o doleiro “tornou-se o personagem central da engrenagem que permitiu o desvio de muitos milhões dos cofres públicos e das estatais”.

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