Quatro homens foram presos nesta quarta-feira em uma operação coordenada pelo 21º Batalhão de Polícia Militar, com apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), na Vila União, comunidade localizada no bairro Vargem do Bom Jesus, em Florianópolis. Dentre os detidos, até a noite de quarta-feira, a polícia soube informar que, ao menos um deles, tinha passagens por tráfico de drogas.

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O trabalho, classificado pela própria PM como sendo de inteligência e em resposta a onda de violência na Capital, ainda resultou na maior apreensão de armas do batalhão neste ano. Ao todo, foram encontradas em uma casa 13 pistolas, uma submetralhadora de uso restrito, uma arma calibre 12, além de coletes, diversas munições e drogas.

Conforme detalhes repassados pelo comandante do 21º Batalhão da PM, no Norte da Ilha, tenente-coronel Sinval Santos da Silveira Júnior, até essa ocorrência, o batalhão já havia apreendido 57 armas só em 2017 na Capital. Sinval classificou o primeiro resultado dessa operação, que não tem data para término, como excelente:

— É uma grande apreensão de arma de fogo, resultado de um trabalho de inteligência. Passamos o dia reunindo informações e tínhamos esse dado preciso do local da casa onde estavam as armas e onde foram presos.

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Operação na Vila União é resposta de chacina

O tenente-coronel ainda ponderou que a PM tem feito operações de rotina praticamente diárias na região Norte da Ilha, principalmente na Vila União, que foi palco da segunda chacina no intervalo de duas semanas em Florianópolis. Sinval afirmou ainda que, no local em questão onde “a situação fugiu do controle” na última terça-feira, a ação dos criminosos teria sido planejada.

— Só sairemos desses locais quando a situação estiver apaziguada e a comunidade estiver segura novamente — concluiu.

O tenente-coronel Sinval ainda detalha que a apreensão feita nesta quarta-feira faz parte de uma operação da PM que ainda está em andamento e não tem data para terminar. A ação é uma resposta da polícia à chacina da madrugada de terça-feira, onde cinco pessoas morrem após um troca de tiros que teriam ocorrido por conta de um acerto de contas entre grupos rivais que disputam espaço do tráfico de drogas no Norte da Ilha. Atualmente, Florianópolis já amarga 75 mortes violentas só neste ano.

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Secretário reafirma declaração sobre segurança para “pessoas do bem”

O Secretário do Estado da Segurança Pública, César Grubba esteve na coletiva de imprensa feita nos fundos da 5ª Delegacia de Polícia, na Trindade, em Florianópolis, convocada nesta quarta-feira à noite após a apreensão de armas na Vila União. Grubba foi até o local parabenizar os policiais pela atuação na operação no Norte da Ilha e conversou com jornalistas que estavam no local sobre o número crescente de mortes violentas na Capital.

Questionado se acompanhou a repercussão da nota oficial divulgada pela secretaria após a chacina de terça-feira, Grubba reiterou a afirmação feita na ocasião de que o foco principal da secretaria é o “cidadão de bem. A nota, trazia uma única frase do titular da pasta, que era “fazemos segurança para pessoas do bem”.

— Tenho acompanhado (a repercussão) até porque tenho recebido muitas manifestações por WhatsApp, por telefone, por e-mail e pessoalmente de apoio e solidariedade à minha manifestação. E volto a repetir, o Estado como um todo, a Secretaria de Segurança Pública, está presente para servir e proteger cidadãos de bem. Entre o bem e o mal, escolho sempre o bem — disse.

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Na oportunidade, Grubba ainda garantiu que o policiamento ostensivo permanente, feito pela Polícia Militar em áreas de possíveis conflitos, tem sido intensificado em Florianópolis. Sobre as mortes registradas na madrugada de terça-feira na Vila União, o secretário ponderou que a PM “não pode estar 24 horas em todos os locais”.

— Na chacina da Vila União, a Polícia Militar chegou logo em seguida. Houve, inclusive, confronto que resultou na morte de um criminoso — destacou.

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