A pipa pode até ser um brinquedo inofensivo para as crianças, mas tem sido uma vilã para o sistema de abastecimento de energia em Joinville. Segundo a Celesc, de novembro até março foram 28 mil unidades consumidoras afetadas com interrupções de energia elétrica por causa de acidentes com o brinquedo. Há uma semana, por exemplo, uma pipa foi a responsável por quebrar a chave de fusível de um alimentador, deixando mais de sete mil residências sem luz na região Sul.
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O chefe regional da Celesc, Jeferson Arantes, explica que as pipas são a terceira causa mais comum de interrupções de energia, logo atrás das tempestades, aliadas à vegetação próxima da rede, e os abalroamentos (colisões com postes). A orientação de Arantes é de que a população brinque em locais abertos e sem fiação elétrica, como terrenos baldios, já que o material pode enroscar na rede.
– Com o vento, a linha e o bambu vão sendo levados em direção a nossa estrutura, que, quando está montada no poste, tem uma sequência de isolação para fornecer energia e não dar descargas. Apesar de todo o nosso sistema de aterramento, quando aquela pandorga encosta no isolador, tira o isolamento de toda a linha com a estrutura. Quando der qualquer chuvinha ou umidade, pode estragar o alimentador – explica.
Esse tipo de problema reflete não apenas na interrupção de energia, como também no valor do serviço para o consumidor. Hoje, a saída de uma equipe da Celesc para o atendimento de emergências custa US$ 59 para a companhia, além do valor gasto por quilômetro rodado, que é de R$ 1,08. Quanto mais for necessário atender a ocorrências como as relacionadas às pipas, que podem ser evitadas, mais dinheiro será gasto para a manutenção da rede.
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– A Celesc tem gasto com funcionários, com hora extra, com equipamento e ainda deixa de faturar com a interrupção de energia. Esses gastos depois vão na nossa fatura porque somos todos nós que pagamos isso na conta de luz – salienta.
A companhia também mantém um programa de limpeza da rede chamado Linha Viva. São três caminhões – um próprio e dois contratados – com cinco eletricistas trabalhando com a remoção de restos de pipas e outras sujeiras para evitar problemas como a queda de energia.