Há 18 anos o filme "Pay It Forward" chegou às telonas. Em português, ganhou o título de "Corrente do Bem". A película conta a história de um professor de estudos sociais que propõe aos alunos criar algo que possa mudar o mundo. Como resultado, um jovem de 12 anos cria um jogo, em que a cada favor recebido, a pessoa deve retribuir o bem para outras três pessoas.
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Em Blumenau, cerca de 1,6 mil alunos da rede pública municipal de Blumenau tiveram o mesmo estímulo, de uma forma lúdica e repleta de ensinamentos, através de um projeto promovido pela Central de Penas e Medidas Alternativas (CPMA) de Blumenau em parceria com seis escolas públicas.
Durante o mês de setembro, alunos do 4° ao 9° ano confeccionaram cerca de 300 pipas, com mensagens de alento e esperança. Os destinatários são os detentos do Presídio Regional de Blumenau. Uma ação, que assim como no filme, busca uma mudança e fazem o bem para alguém.
– Queremos proporcionar a ressocialização e cidadania. A gente foi até as escolas pra que as crianças consigam mudar a visão das pessoas que cometem delito e que acabam perdendo a liberdade – conta a psicóloga e coordenadora da CPMA de Blumenau, Juciane Andreia Boldt Nunes.
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Na manhã desta quinta-feira, três diretoras das escolas participantes e membros da CPMA fizeram a entrega para os detentos das cartas. A cada cela visitada, palavras de conforto e esperança para os detentos, explicando o carinho e dedicação dos alunos, em cada frase e cor colocada nas folhas de papel, que formam a pipa. A diretora da EBM Vidal Ramos, Adriana Furlani, conta que antes de iniciar o projeto, encaminhou um bilhete para as famílias explicando a ação e a adesão foi total.
– A escola é um dos pilares da construção do conhecimento e educação das crianças. Neste projeto, todas queriam fazer algo bonito e deixar uma mensagem de conforto e esperança. Desta forma, também trabalhamos a prevenção para que esses alunos compreendam o que é certo e errado – pontua.
Para Juciane, este trabalho com as crianças alerta para a importância de obedecer regras, para não perder a liberdade. Eles entenderam isso e fizeram desenhos e escreveram mensagens maravilhosas para os detentos. A ideia do projeto é que as palavras contidas nessas 300 cartas de alguma forma conscientize quem algum dia descumpriu a lei. Mais do que isso, espera-se que os alunos sejam multiplicadores da transformação.
– Que essas crianças cresçam e consigam transformar as pessoas e explicar para os outros sobre este tema – diz.
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Adriana avalia que o projeto fez com que repensasse no trabalho como educadora.
– Levamos como lição de fazer um trabalho mais fraterno e humano, e que os alunos saiam da escola com mais esperança de conseguir o seu lugar na sociedade – reflete.