O radialista Macinho San estava no ar na rádio Oeste Capital, na noite desta terça-feira (26), quando começaram a chegar mensagens da possível morte do colega Rafael Henzel.

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— A gente ficou perdido, não sabia o que fazer, qual música tocava. Até que veio a determinação da direção para darmos uma nota oficial. Foi a pior coisa dar essa notícia – disse Marcinho San. O comunicado foi por volta das 21h30min.

No dia em que faleceu, Rafael Henzel chegou na rádio perto das 7h, quando começava o programa Som e Café News. Estava muito divertido, falando da viagem que tinha feito para a Europa, onde foi acompanhar o lançamento do documentário "Nossa Chape".

— Ele chegou brincalhão. Tivemos um programa onde noticiamos vários acidentes, depois teve uma entrevista sobre reclamação de atendimentos no Hospital Regional. Trabalhava com ele desde 2012 e só duas vezes ele chegou atrasado no programa – lembrou Ory Rodrigues, que também era locutor na rádio.

Após o programa de notícias, Henzel foi conversar com Marcinho San. Depois de um início meio conturbado, segundo Marcinho, os dois tinham ficado muito amigos, inclusive pela amizade entre as famílias.

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Marcinho contou que Henzel estava muito empolgado, falou sobre o muro de Berlin, o jogo que assistiu entre Atlético de Madri e Atlético de Bilbao, na Espanha.

À tarde Rafael voltou para a rádio por volta das 16h30min. Teve uma reunião com a direção da rádio para falar dos novos projetos, inclusive do Brasileirão; e depois entrou no ar às 17h, como programa "Golaço", ao lado de Marcinho.

— Foi um programa muito divertido, pois o Rafael tinha ficado uns dias fora, por causa da viagem. Ele estava muito feliz e ansioso com o jogo da Copa do Brasil. Ele virou meu ídolo, vai deixar muita saudade — disse Marcinho.

Depois do programa, Rafael se despediu para ir jogar futebol, onde acabou morrendo de infarto. Foi a última vez que os colegas o viram vivo.

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Na entrada da Rádio Oeste Capital foi colocado um pano preto, que representava o luto – não só por Rafael Henzel, mas também pelo filho de um funcionário, Eduardo Oto, 27 anos, que morreu de complicações após uma diverticulite. Na rádio o clima era de consternação.

— Perdi um "irmão" e um "filho" – lamentou a locutora Didi Girl.

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