O médico José Carlos Morais, 65 anos, veio rever velhos amigos na Copa Guga Kuerten e matar a saudade das competições que disputou entre 1987 e 2002. Inscrito no torneio para cadeirantes, José Carlos esconde uma história de pioneirismo quando o assunto é tênis sobre cadeira de rodas. Em 1985, ele viajou para Londres para disputar um torneio de basquete para cadeirantes, mas descobriu o tênis como esporte adaptado em um jogo-exibição e trouxe a novidade para o Brasil.
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De lá para cá, o próprio tênis sobre cadeira de rodas evoluiu e Moraes tem a oportunidade de ver aquela semente plantada frutificando na semana promovida pelo tricampeão de Roland Garros.
– Esse (Guga) é o parceiro que a gente quer. Graças a torneios como este já podemos ter tenistas com ranking internacional apenas jogando no Brasil – relata Morais.
Enquanto esteve em quadra, Morais representou o Brasil com dedicação. Em 1996, ele se tornou o primeiro tenista brasileiro a disputar as Paralimpíadas, em 1996, em Atlanta. Entre outros títulos no currículo, estão o Aberto da Suíça e o hexacampeonato brasileiro. Em 2002, Morais decidiu se afastar do circuito internacional para acompanhar o crescimento dos filhos, mas continua a praticar o esporte como lazer.
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– Comecei pelo prazer que tinha de jogar e pelo prazer de ver os outros jogarem também. Hoje temos seis, sete torneios, todos internacionais no Brasil, o que mostra que temos um profissionalismo no nosso país. E vivemos um momento tão importante que uma pessoa como o Guga abraçou a causa – completa Morais, que estreou na Semana Guga Kuerten com vitória sobre Wemer Borges por 6-1 e 6-0.