Pinguins foram encontrados mortos entre as praias do Santinho e de Moçambique, em Florianópolis, no domingo, 28 de junho. Os 71 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) passam por necropsia para identificar a causa da morte. A suspeita é que os pinguins tenham morrido por asfizia ou afogamento por conta da presença de utensílios de pesca. 

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De acordo com o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pela R3 Animal na Ilha de Santa Catarina, a suspeita da causa da morte é pela presença de marcas nas nadadeiras que sugerem interação com petrechos de pesca.

Na Praia do Moçambique foram encontrados 59 pinguins mortos e um vivo. Na Praia do Santinho, foram 11 aves mortas. Um dos pinguins-de-Magalhães estava com um pedaço de rede de pesca preso ao corpo.

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Os animais foram resgatados pela técnica de monitoramento, Amanda Fernandes, e o monitor, Rodrigo Tiburski, que monitoraram o trecho Norte no sábado. O sobrevivente foi encaminhado para reabilitação e os mortos para necropsia, no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal).

Segundo a médica veterinária Janaína Rocha Lorenço, as análises sugerem que os pinguins ficaram presos. – É bem triste a morte deles, ficamos arrasados cada vez que um morre. É bem frustrante o indicativo de que eles sofreram ao morrer – lamenta.

Desde o dia 10 de junho até sexta-feira, 26, a R3 Animal havia resgatado 147 pinguins-de-Magalhães nas praias da Ilha de Santa Catarina. Onze deles estão em reabilitação, junto com outros 15 resgatados e estabilizados pelos parceiros do projeto, que são as insituições Univali, Udesc e Univille.

Plástico e pesca acidental são as principais causas de morte dos pinguins 

Além do plástico descartado nos oceanos e confundidos com alimento, a captura acidental (bycatch) é uma das grandes causas de morte de animais marinhos. Mesmo não sendo alvo de pescaria, os animais acabam capturados e morrem.

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A R3 Animal monitora diariamente as praias da faixa Leste da Ilha, entre as praias Brava e da Solidão, exceto a Lagoinha do Leste, monitorada semanalmente a pé. As outras praias da Ilha são atendidas via acionamento pelo telefone 0800 642 3341, das 7h às 17h. Caso um animal marinho debilitado ou morto seja encontrado, a orientação é entrar em contato com o projeto.

O CePRAM fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental. O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos. O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.