Se a Copa do Brasil começasse para o Avaí há três semanas, o time provavelmente não teria a confiança em uma boa campanha como hoje. A chegada do técnico Pingo, no dia 7 de março, transformou o Leão. Desde então, o time que habitava a zona do rebaixamento no hexagonal do Catarinense se reergueu e fez as pazes com sua torcida.
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Na estreia da competição nacional, nesta quarta-feira, contra o Naviraiense, em Naviraí, a equipe azurra pode pensar em eliminar o jogo da volta pelo futebol que vem jogando. Mais do que isso, pode sonhar com uma boa campanha, quem sabe até tão surpreendente como aquela de 2011, quando o Leão chegou às semifinais.
No Estadual, o Avaí vem de uma sequência de seis jogos sem derrotas, sendo que nos últimos quatro venceu com propriedade. Os três pilares da equipe, os experientes Marquinhos, Eduardo Costa e Cleber Santana, voltaram a se destacar e ajudaram o técnico Pingo a encontrar a formação ideal, como ele mesmo costuma dizer. No 3-5-1 atual, Eduardo Costa atua quase como um terceiro zagueiro, sendo o responsável pela saída de bola com qualidade, e Marquinhos chega mais perto do gol quase como um segundo atacante. Cleber é quem joga mais centralizado, como o principal responsável pela armação das jogadas.
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A entrada de Diego Jardel no meio de campo deu mais mobilidade à equipe. Na zaga, que esteve o tempo todo entre as piores do Estadual, disputando gol a gol sofrido com Juventus e Atlético-IB, Pingo fez apenas uma alteração: Pablo, antes contestado, ganhou chance. Mas com a mudança o treinador pôs ordem na cozinha. Nos últimos cinco jogos, levou apenas um gol – média de 0,25 por partida. Até o início do hexagonal, a média era de quase um gol por jogo.
Com Pingo, vieram também confiança e tranquilidade
Apesar de ser o quarto – ou quinto – nome no banco de reservas do Avaí só neste ano, Pingo é o primeiro que passa confiança. Sidney Moraes assinou contrato, mas nem chegou a comandar um treinamento sequer e rescindiu. Émerson Nunes conhecia o grupo e, pelo menos no discurso, tinha a confiança dos atletas, mas nos jogos não se mostrou preparado o bastante para aguentar a pressão. Paulo Turra chegou chutando o pau da barracada, dizendo que precisava de reforços em todas as posições, e durou apenas três jogos.
Pingo parece estar usando sua experiência de boleiro. Em campo, era um volante daqueles combativos e boa visão de jogo. Não gostava de dar chutão, e pede isso a seus comandados. Bom de grupo, chegou a ser capitão do Flamengo. As passagens por grandes clubes como Corinthians, Cruzeiro, Botafogo e Grêmio, além do Sporting Cristal (PER) também lhe dão moral. E com moral, ele reergueu o Avaí em pouco mais de 20 dias e deixou atletas e torcedores confiantes em uma boa campanha na Copa do Brasil.