A maioria das pessoas começa a consumir álcool muito cedo. Pesquisa recente do Ministério da Saúde aponta que 71% dos jovens entre 13 e 15 anos já tomaram alguma bebida alcoólica, e 22% deles já se embriagaram.

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– A sociedade fica mais preocupada com as drogas ilegais. O álcool é negligenciado e fica em um posto especial porque as pessoas pensam que podem consumir a vida toda sem problemas – alerta o psiquiatra Arthur Guerra, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (USP).

::: Diminuindo a atração

Na guerra contra o alcoolismo, a farmacologia tem uma contribuição importante: um medicamento muito utilizado é o dissulfiram (Antabuse). Essa droga inibe o metabolismo do etanol no organismo, o que causa acúmulo de um derivado tóxico chamado acetaldeído. Essa substância causa fortes náuseas, vômitos, e até convulsões. O dissulfiram gera um tremendo reforço negativo nas pessoas que tentam ingerir álcool.

Esse efeito ruim aumenta de acordo com a quantidade de álcool ingerido, por isso o dependente não pode receber dissulfiram sem saber. Uma outra linha de tratamento é com um antagonista opioide chamado naltrexona. Essa droga diminui os efeitos prazerosos do álcool, sem o efeito desagradável do dissulfiram. Com a naltrexona, a pessoa tem menos reforço positivo para ingerir o álcool.

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::: Abstinência

Para os dependentes, ficar sem tomar álcool trás muita ansiedade ou sintomas ainda mais sérios. que precisam ser atenuados para que a desintoxicação seja efetiva. Um medicamento utilizado para isso é o acamprosato, uma substância que atenua os efeitos da síndrome de abstinência.