Espertos como serpentes

Medicamentos anticoagulantes como a heparina reduzem o risco de trombose em pacientes com doenças cardíacas e pulmonares, e mesmo durante cirurgias. Porém, esses pacientes continuam precisando que seu sangue tenha capacidade suficiente de coagular para se recuperar das próprias incisões feitas durante um procedimento cirúrgico, por exemplo.

Continua depois da publicidade

Os médicos se utilizam de vários métodos para reduzir o sangramento em pacientes cirúrgicos fazendo uso de anticoagulantes, como a aplicação de pressão, suturas, espumas e adesivos. Mas estas opções tem riscos potencialmente graves. Algumas podem introduzir subprodutos tóxicos em um paciente, desencadear uma reação alérgica ou causar a necrose do tecido.

Procurando uma alternativa melhor, cientistas voltaram-se para uma enzima do veneno da jararaca-do-norte (Bothrops atrox) que faz com que o sangue coagule mesmo na presença de heparina. Chamada batroxobina, usá-la diretamente sobre incisões para controlar o sangramento é perigoso porque se dissolve rapidamente e se afasta de onde é introduzida. Podendo causar coagulações em locais indesejados.

Continua depois da publicidade

Curativo inteligente

Para contornar a tendência da batroxobina de se dispersar, os pesquisadores a associaram com um tecido de nanofibras “pegajosas” para fazer a enzima ficar no lugar. Esse curativo coagulante, conteve o sangramento de uma incisão, em apenas 20 segundos, em ratos que haviam recebido anticoagulante.

Os pesquisadores dizem que com mais testes, a abordagem poderá ser usada em pacientes humanos tomando heparina. Esse estudo foi publicado na revista Biomateriais e Engenharia, da Sociedade Química Americana.

Confira todas as notícias do Pílulas do Saber

Acompanhe as notícias da Grande Florianópolis

Curta a página da Hora de Santa Catarina no Facebook