Em algumas partes do cérebro, um neurônio conversa com outro por meio de substâncias químicas como a serotonina, dopamina e noradrenalina. Um neurônio fala liberando uma monoamina. O final da conversa acontece quando a monoamina é recolhida de volta. O ecstasy, ou MDMA, inibe esta captação de volta para o neurônio, e também faz com que os neurônios liberem mais quando começam a conversar. É como se estes neurônios gritassem uns com os outros!

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Os efeitos sobre a serotonina determinam os efeitos alucinógenos, enquanto as alterações de dopamina e noradrenalina são responsáveis pela euforia inicial e tristeza de rebote mais tarde. O MDMA é amplamente utilizado como “droga de festa”, mas traz graves riscos, tanto a curto como a longo prazo.

Salto no vazio

O MDMA pode causar problemas cardíacos, febre muito forte que leva a lesão dos músculos e dos rins e morte súbita. Isto pode ser exacerbado por danças em que se gaste muita energia e por alta temperatura ambiente. Alguns indivíduos podem ser particularmente susceptíveis a este risco. É muito comum os tabletes de ecstasy virem batizados com anfetamina, efedrina e até a para-metoxianfetamina que é muito tóxica.

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Final infeliz

Os efeitos tardios do MDMA persistem por alguns dias e compreendem depressão, ansiedade, irritabilidade e aumento da agressividade – a “melancolia do meio da semana”. Também há evidências de efeitos deletérios de longo prazo sobre a memória e outras funções mentais em consumidores de MDMA. Resumindo, o uso recreacional da MDMA não é inteligente.

* Carlos Rogério Tonussi é professor de Farmacologia da UFSC