Os anticolinérgicos
O que a maioria sabe é que, com o avançar da idade, as pessoas podem apresentar redução da memória, dificuldades motoras de vários tipos e, vez ou outra, até episódios de delírio, que se caracterizam pela perda momentânea do raciocínio lógico e percepção da realidade.
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O que poucas pessoas se dão conta, porém, é que uma classe de medicamentos muito utilizados nessa faixa etária, os anticolinérgicos, parecem potencializar vários desses sintomas, como afirmam pesquisadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.
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Não é só a idade
Esses pesquisadores revisaram 46 estudos publicados, envolvendo 60.944 pacientes, e mostraram que essas drogas têm efeitos colaterais significantes tanto na capacidade mental como física, incluindo a habilidade destes pacientes em se alimentar e vestir.
Os medicamentos anticolinérgicos afetam o cérebro por bloquear a acetilcolina, um neurotransmissor do sistema nervoso. Diversos tipos de fármacos com essas propriedades são vendidos, sem exigência de receita, como sedativo para facilitar o sono, para prevenir a incontinência urinária, além de serem prescritos para muitas doenças incluindo hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva.
Evitar abuso
Médicos e pacientes estão tão acostumados com estes medicamentos que acabam negligenciando opções igualmente efetivas. Por exemplo, melhor do que tomar pílulas com ação anticolinérgica para dormir, o paciente poderia refrear o hábito de tirar sonecas ao longo do dia, limitar exercícios ao anoitecer e tirar coisas como aparelho de televisão do quarto de dormir.
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Instituições como hospitais e casas de repouso poderiam trabalhar para manter os idosos acordados e estimulados durante o dia, facilitando assim uma boa noite de sono.