Onde há fumaça…há câncer?
A queima de incenso é uma prática tradicional e comum tanto em casas como em templos, não apenas para fins religiosos, mas também por causa de seu cheiro agradável. Porém, durante o processo de queima, partículas são liberadas no ar. Elas podem ser inaladas e aprisionadas nos pulmões, e isso é sabido que pode provocar uma reação inflamatória.
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Embora não exista muita pesquisa sobre o assunto, o incenso tem sido ligado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, leucemia infantil e tumores cerebrais. Talvez, as embalagens de incenso precisarão vir com um alerta de saúde parecido com os que vem nos maços de cigarros. Como se pode concluir do primeiro estudo que avalia os riscos associados ao seu uso em ambientes fechados, publicada essa semana no jornal Environmental Chemistry Letters.
Cheirantes passivos
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Essa pesquisa avaliou os riscos para a saúde do incenso queimado dentro de ambientes fechados e compararam com outros estudos sobre os efeitos da fumaça de cigarro. Foram testados dois tipos de incenso mais comuns no mercado, que continham madeira de ágar e de sândalo. E os testes avaliaram os efeitos da fumaça destes incensos e de cigarro sobre colônias da bactéria Salmonella, e em células isoladas de ovário de hamster chinês.
O incenso causou mutações genéticas nas bactérias e nas células de ovário, o que significa que ele contém propriedades químicas que poderiam alterar os genes e, portanto, causar mutações. E, pior ainda, a pesquisa mostrou que a fumaça do incenso foi mais tóxica do que a do cigarro utilizado no estudo. Isto significa que o fumo de incenso pode ser mais perigoso para humanos e animais domésticos, do que o cigarro. Este tipo de toxicidade está ligada ao desenvolvimento de canceres.
Fumacinha do mal
A fumaça dos incensos pesquisados era constituída quase totalmente (99 %) de partículas finas e ultrafinas, que podem causar efeitos adversos para a saúde. Além disso, foram identificados nessa fumaça, outros 64 compostos químicos diferentes. Alguns deles são apenas irritantes ou levemente nocivos, porém alguns são conhecidos por serem altamente tóxicos.
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Os pesquisadores concluem que “é necessário que haja maior informação à população sobre os riscos de saúde associados com a queima de incenso em ambientes fechados”, e esperam que esses resultados levem a uma avaliação mais rigorosa dos produtos existentes no mercado e ajudem a introduzir medidas para reduzir a exposição à fumaça.
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