As cirurgias antes de 1846 eram raras, pois não se dispunham dos anestésicos que temos hoje em dia. Na maioria das vezes, se resumiam a amputações ou extração de projéteis, que podiam ser feitos muito rapidamente para limitar o sofrimento do paciente.

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E este tinha que ser bem amarrado e embriagado com álcool antes.

Só em 1846 é que surge o éter e o clorofórmio, permitindo as primeiras experiências com cirurgia sob anestesia geral. Porém, com o avanço do número e complexidade das cirurgias, essas duas substâncias logo começaram a se mostrar problemáticas. O éter, por ser um anestésico lento e explosivo, e o clorofórmio, por ser muito tóxico para o fígado.

::: Anestesia moderna

Apenas 100 anos mais tarde, em 1956, surgem os anestésicos modernos como o Halotano. Essa substância revolucionou a anestesia cirúrgica, pois não pega fogo, praticamente não é tóxica para o fígado e causa inconsciência rapidamente.

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Mas, como nada é perfeito, esse tipo de anestésico pode causar choque anafilático e hipertermia maligna. No choque, a pressão arterial cai tanto e tão rápido, que falta circulação nos principais órgãos do corpo. A hipertermia é uma febre muito forte, que causa lesões graves no cérebro. Estes problemas são raros, mas muito perigosos, se a equipe médica não for bem competente.

::: Tem UTI aí?

Com o crescimento enorme das cirurgias plásticas, muitas vezes realizadas em clínicas pequenas, as consequências destes acidentes podem ser trágicas para o paciente. Tenha certeza que o médico que vai realizar a cirurgia tem uma equipe competente para atender a estas emergências.

* Carlos Rogério Tonussi é professor de Farmacologia da UFSC