Em um intervalo de uma semana, o Pico Jurapê de Joinville registrou dois desaparecimentos de trilheiros. Em um dos casos, um trilheiro não resistiu e foi encontrado morto na região. Por conta das ocorrências frequentes no local, o diretor operacional do GRM e montanhista, Michael Corrêa, dá dicas para que os aventureiros subam o pico com segurança. A principal delas é não ir sozinho.

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De acordo com Michael, o Pico Jurapê é o segundo cume mais alto de Joinville, medindo quase 1.150 metros, com uma trilha de sete quilômetros que passa por três rios. Além disso, há paredões formados por rochas e subida íngreme.  O pico mais alto da cidade é o Pico Serra Queimada, no Alto Quiriri, com 1.325 metros.

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O especialista explica que há uma trilha principal, sinalizada com fitas laranjas para que os trilheiros a identifiquem com facilidade. Porém, quando a caminhada se aproxima do pico, ela se divide em outros caminhos, algumas delas com rochas que só é possível acessar com ajuda de cordas, outras com subida mais íngreme. A quantidade de caminhos pode deixar o aventureiro desorientado, por isso, Michel aconselha:

— A gente sempre indica que não se vá sozinho para essas regiões. Se possível, contratar uma empresa especializada ou mesmo ir com os grupos, pessoal que se reúne para fazer essas trilhas. Se você vai com duas ou três pessoas, se acontecer alguma coisa, alguém pode chamar ajuda. Ou se eu estou desorientado, talvez o amigo que está do lado não está desorientado, pensa e planeja melhor para conseguir sair da roubada. E também ter um bom planejamento da rota que vai fazer — indica Michael.

Em ambos os desaparecimentos ocorridos no início de novembro no Pico Jurapê os trilheiros estavam sozinhos. Um deles é de Blumenau e foi resgatado no dia seguinte. O outro, Bruno Rogério Corrêa, veio de Itajaí para subir o pico, se perdeu, chegou a entrar em contato com o socorro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na região. O corpo foi resgatado quase duas semanas depois.

O montanhista também destaca que é preciso ficar atento às épocas do ano. Ele conta que há períodos mais favoráveis para fazer trilhas, sendo de abril a julho os melhores meses. Isso porque na época de verão, o dia costuma ser propício para caminhadas, com sol e céu limpo. Com o passar do dia, porém, há registros de chuva de verão, que reduzem a visibilidade nas montanhas e podem impedir os aventureiros de voltarem para casa.

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— A gente tem vários picos de montanha, como se fossem várias pontinhas, e, quando chove neles, essa água ela vai desaguar no rio principal. Normalmente, a gente passa por esse rio, onde é uma travessia da trilha. Ele tem de 30 a 40 centímetros de água. Quando está chovendo, chega a ter 1,30 a 1,60 metros. E, cerca de 100 metros após essa passagem da trilha, nós temos uma queda vertical de 70 metros. Então, existe um risco considerável de passar nesse rio em dias de chuva — aponta Michel. 

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Por fim, outra dica é ficar atento aos animais que vivem na região. Além do aumento das chuvas, neste período mais quente, cobras e outras espécies que vivem na mata costumam circular, o que pode aumentar a incidência de acidentes.

Caso o trilheiro seja mordido por um animal peçonhento, dependendo do local do corpo, ele deve retirar a vestimenta porque a região costuma inchar. Manter a calma e pedir socorro. 

A ideia não é que os aventureiros deixem de frequentar o local, até porque o Pico Jurapê faz parte da rota turística rural de Joinville, mas para que quem for caminhar na região tome todos os cuidados para evitar acidentes. Inclusive, Michael comenta que a ideia é colocar placas na região, orientando sobre a trilha correta, que já está marcada, mas deixar uma comunicação mais explicativa no local.

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— Orientando realmente para quem que possa se desorientar lá em cima, porque é fácil a visão lá muda muito rápido, você chega, o céu está bonito azul, daqui a pouco bate uma nuvem e você não tem visibilidade da onde você está. Você pode ser desorientar por conta da condição climática — comenta.

Uma breve história do Pico Jurapê

Segundo a Associação de Turismo Eco-Rural da cidade, o Jurapê é uma montanha histórica na área do montanhismo em Santa Catarina. Isso porque a sua escalada serviu de referência para o início da atividade no Estado.

No ano de 1886, o imigrante suíço Johan Paul Schmalz, acompanhado de outras seis pessoas, atingiu o ponto culminante da montanha. Foram três dias de trabalho, abrindo trilha diante de uma floresta.

“Foi uma escalada autêntica, pois subiram a montanha “porque ela estava lá”, sem outros objetivos, o Pico Jurapé é uma montanha estética e imponente, com 1100m de desnível e terreno bastante íngreme, sempre intrigou Schmalz que era um grande apreciador e conhecedor das belezas naturais da região e já fazia tempo que visava a montanha, até que chegou a hora” cita a Associação de Turismo Eco-Rural.

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