Nem a polícia escapa do spray. A Delegacia Regional de Blumenau ainda não foi inaugurada, mas já estampa marcas de vandalismo. Os fundos e a porta lateral do prédio de três andares da Rua Humberto de Campos, na Velha, foram marcados com tinta negra. Os 13 andares do edifício em construção em frente ao Terminal da Proeb foram escalados. No topo, inscrições em verde.
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No muro branco da casa 716 na Rua São Paulo, o dono tentou esconder a antiga mancha com demão de tinta. Em vão. Funcionários da loja de artigos para festas da Rua Doutor Sappelt, no Victor Konder, surpreendem-se a cada 15 dias com uma nova inscrição. A última foi feita há uma semana, após reparos na pintura. Desta vez, câmeras flagraram a ação de adolescentes.
Por toda a cidade, monumentos, tapumes, paredes, muros, fachadas e pontes se tornaram tela para o vandalismo.
Clique na imagem abaixo e veja como seriam as paisagens de Blumenau sem pichações:
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Com spray ou canetão, picham frases e assinaturas, estimulados pela impunidade. Duas leis federais proíbem a venda de tinta a menores e definem a pichação como crime. Uma lei municipal também promete cassar o alvará de quem descumpri-la. Dono de uma loja de festas, Flaviano da Silva tentou registrar boletim de ocorrência na Central de Polícia Civil, mas os agentes recusaram.
– Como ficou feia nossa cidade nos últimos tempos. É um absurdo – indigna-se.
Coordenador da Central, o delegado Bruno Effori argumenta que o inconveniente teria sido causado pela greve do setor, que reduziu o atendimento aos casos urgentes. As polícias Civil e Militar dizem que não há denúncias, a prefeitura justifica não ter poder de fiscalização e se limita a preservar o patrimônio público. Se nada for feito para impedir o avanço das pichações, Blumenau pode enfrentar o mesmo desafio de metrópoles como Curitiba e Porto Alegre, que há uma década tentam medidas para coibir o vandalismo.
Diretor de Serviços Urbanos de Blumenau, Cleber Santana garante que três vezes por semana uma equipe limpa praças, monumentos e prédios municipais:
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– Enquanto a gente faz a limpeza de um ponto, eles picham outros três.
Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau, Paulo Cesar Lopes teve a parede da loja no Tribess pichada um mês após a inauguração. Ele pretende discutir com comerciantes formas de denunciar e impedir ataques.