Quem gosta e acompanha o mundo dos carros pode sentir uma confusão: como assim a JAC tem uma picape a diesel? Não era a marca que virou a chave e só trazia elétricos? Pois é, o presidente da JAC, Sergio Habib, que já tinha tomado um pedala com aumento de imposto de importação nos idos de 2012, não quer colocar os ovos de ouro em uma só cesta.
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Depois que o governo voltou a cobrar imposto de importação de eletrificados e já tem um movimento anti-China, ele decidiu não apostar apenas nos elétricos, até porque ele não vai ter fábrica no Brasil.
O negócio é aumentar sua participação de mercado, diversificar.
Os diferenciais da Hunter
Ela é robusta, bruta. Tirando os faróis afilados, ela exibe uma enorme grade, capô alto, rodas de 18 polegadas, um desenho em geral bem comum, com todo conjunto ótico em LED.
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A picape média é uma das maiores do segmento: são 5,33 metros de comprimento, por 1,97 metro de largura e 24 centímetros de altura em relação ao solo, é bem alta e por isso tem que ter disposição para praticamente montar nela.
Se é uma picape, precisa levar carga, certo? Isso ela faz bem: tem uma das maiores capacidades da categoria, são 1,4 mil quilos de ou 1.135 litros. Se precisar rebocar ela leva 1,8 mil quilos.
Debaixo do capô ela vem equipada com o motor 2.0 turbodiesel de 191 cv de potência e 46,9 kgfm de torque acoplado ao câmbio automático de oito marchas. É um motor bom, mas não espere nada demais porque é uma picape pesada de 2 toneladas. Acelera de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos e chega a 185 km/h de velocidade máxima.
Ela tem modos de condução Eco, Normal e Sport e opções de tração 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida.
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Viajei com ela de São Paulo até Atibaia, cerca de 70 km, com trechos de cidade e estrada, e um pouco de terra, mas segundo a JAC ela enfrenta qualquer desaforo.
O consumo é bem razoável: pelo Inmetro faz 9 km/l na cidade, onde não é seu melhor habitat, e 10,2 km/l na estrada.
Por dentro, a Hunter agrada: tem um ótimo espaço no banco traseiro e pode levar bem três passageiros, inclusive no acerto de suspensão, que não faz sentir incômodos e sacolejos.
Tem bom acabamento, materiais de qualidade, painel digital, partida por botão, teto solar, bancos de couro, sendo os dianteiros com ajuste elétrico, e o multimídia de tela vertical de 13 polegadas, apesar de que Android Auto e Apple Car Play só com cabo.
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Para a segurança são seis airbags, freio de estacionamento eletrônico, assistente de partida em rampas, sistema Auto Hold, câmeras 360° e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, item importante quando é utilizada na cidade.
Depois de saber isso tudo, vamos ao preço: a JAC Hunter custa R$ 240 mil, e por ser uma picape para trabalho ela tem um bom custo-benefício, embora não se compare com uma Toyota Hilux, Nissan Frontier ou a moderna Ford Ranger.
Um diferencial é oferecer 8 anos de garantia, sem limite de quilometragem para uso particular ou de 250.000 mil quilômetros uso comercial. A Hunter fica na faixa de preço da Fiat Titano, com a desvantagem de ter poucas concessionárias (versus 500 da Fiat) e zero tradição em picapes.
O Habib falou em 3.500 unidades por ano, metade do volume da Volkswagen Amarok. Resta saber se o consumidor de picape vai ser fisgado por um produto bacana, mas sem histórico no segmento.
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Veja fotos da nova picape da JAC
Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial